“Poor Things” (Pobres Criaturas), dirigido por Yorgos Lanthimos, levou muitas pessoas ao cinema brasileiro na semana de estreia (01 fevereiro); a sensação é que e muitos ficaram felizes por terem feito isso. Este é um filme absolutamente projetado para ser apreciado na tela grande. Muitas resenhas destacam sua deslumbrante qualidade visual, mas os espectadores ainda não estavam preparados para a beleza e a extrema criatividade dos designers, do diretor de fotografia e do departamento de figurinos.

Cada cena é repleta de detalhes fascinantes, tornando a experiência quase vertiginosa! Confira críticas de Pobres Criaturas e curiosidades sobre o excêntrico filme!

pobres criaturas
Imagem: Divulgação

Pobres Criaturas e o fascínio pelo universo fantástico

O roteiro é uma adaptação do livro de Alasdair Gray, oferecendo uma abordagem curiosa da ideia de Frankenstein, com um médico louco reanimando um cadáver. A recém-formada Bella precisa reaprender/aprender tudo sobre o mundo, e sua sede de aventura, descoberta, curiosidade e surpresa de olhos arregalados impulsionam o filme.

Uma cena particularmente apreciada mostra Bella descobrindo como a música pode fazer alguém dançar. Sua resposta aos ritmos e sons desconhecidos é tão alegre e espontânea que é encantadora. Um merecido reconhecimento é dado ao coreógrafo, que proporcionou a Mark Ruffalo um efeito maravilhoso ao cambalear e empinar durante essa cena.

A natureza surreal da narrativa de “Poor Things” foi efetivamente sustentada pelos cenários, onde o mais era, sem dúvida, mais, com pouca concessão à naturalidade. Essa escolha estilística só pode verdadeiramente triunfar se for abraçada com total comprometimento, e, meu Deus, o filme se destaca por um compromisso verdadeiramente apaixonado. Entre os locais destacados, Lisboa se destacou como meu favorito, embora o navio também tenha impressionado pela sua fabulosidade.

Emma Stone conquistou com justiça um Globo de Ouro por sua interpretação cativante como Bella Baxter. Será que ela também garantirá um Oscar? A esperança é palpável. Na verdade, todas as performances foram notáveis. Um reconhecimento especial vai para Willem Defoe, que, pela primeira vez, subestima brilhantemente seu papel, enquanto Mark Ruffalo, por outro lado, exagera estupendamente na sua atuação, merecendo aplausos.

Pobres Criaturas
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Estranho Mundo de Poor Things

Sobretudo, “Poor Things” não é para os fracos de coração. Pois, o experimento cirúrgico que culmina na criação de Bella é visceralmente desconcertante, uma experiência que, para alguém cujo limiar para filmes de terror é definido por “Caça-Fantasmas”, é capaz de revirar o estômago. E, sim, há uma quantidade considerável de cenas de sexo – muitas mesmo. Se tais elementos podem potencialmente ofender o espectador, esteja avisado; no entanto, renunciar à experiência seria abrir mão de algo verdadeiramente especial.

Como resultado, “Poor Things” se revela como um mergulho profundo na inocência, na descoberta e na complexidade da natureza humana. Ao mesmo tempo, a narrativa incita a reflexão sobre como percebemos o mundo, como julgamos o comportamento alheio e como impomos normas sociais uns aos outros. Por certo, o filme destaca como a transgressão dessas normas pode ser simultaneamente perturbadora e estimulante.

Além de tudo, “Poor Things” é, incontestavelmente, uma comédia. As risadas são frequentes, e arranca risadas de alguns espectadores em várias ocasiões. No entanto, vale mencionar que nem todos compartilhavam dessa reação – em alguns momentos, parecia gerar um desconforto.

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POOR THINGS

Além disso, essa dualidade entre comédia e pathos é uma constante ao longo da história, contrastando em alguns momentos e convergindo em outros. O que alguns acham engraçado, pode parecer chocante ou triste para outro espectador, e isso é a beleza das histórias: a interpretação individual do leitor/espectador é uma parte vital e inefável da narrativa. Em suma, “Poor Things” desafia convenções, provocando reações diversas e proporcionando uma experiência cinematográfica verdadeiramente única.

Curiosidades de Poor Things

  1. O diretor grego Yorgos Lanthimos é famoso por fazer filmes estranhos e frios : a misteriosa comédia dramática de 2016, The LobsterThe Favorite ,de 2018  uma comédia cínica; filmes sobre jogos de poder e humanos machucando uns aos outros e mundos brutais e implacáveis, repletos de inconsequências visuais chocantes.
  2. Baseado no romance homônimo de Alisdair Gray de 1992, Poor Things gira em torno de uma jovem vitoriana chamada Bella Baxter (Emma Stone), cuja existência é o resultado do cientista louco Dr. Godwin Baxter (Willem Dafoe) transplantando o cérebro de um feto. feto no corpo de uma mulher adulta recentemente falecida.
  3. Depois que Bella sai do laboratório de Baxter, o primeiro lugar que ela vai é Lisboa. Em vez de filmar em Portugal, a produção de Lanthimos construiu uma versão fantástica e onírica da cidade europeia inteiramente em cenários, tal como faria um filme da época dourada de Hollywood. 
  4. Analogamente, escolher as cenas de abertura em preto e branco também faz Poor Things ressoar com filmes de terror clássicos da Universal, como Frankenstein, que parece um ponto de referência óbvio.

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