Ao longo de vários, a figura dos Jedi passou por diversas mudanças significativas dentro do universo de Star Wars. Se antes a ordem era algo quase que “perfeito”, hoje a franquia destaca que a organização tem camadas de cinza, tornando tudo mais interessante. Essa é uma das premissas de The Acolyte, nova série Star Wars que estreou com dois episódios no Disney+.
A trama de The Acolyte apresenta Jedi sendo misteriosamente assassinados. Cabe ao mestre Sol, interpretado por Lee Jung-jae, de Round 6, e sua ex-padawan Osha, interpretada por Amandla Stenberg, de O Ódio Que Você Semeia, investigar o que está acontecendo. Os dois primeiros episódios são repletos de reviravoltas, portanto, é melhor não revelar muitos detalhes da sinopse. Entretanto, um ponto interessante é que a série deixa o público com dúvidas sobre os motivos desses crimes.
Inicialmente, tudo parece uma história de vingança, com uma pessoa que se sentiu traída pelos Jedi. Isso não é novo na franquia, visto que Anakin Skywalker já questionava os métodos da organização na Trilogia Prelúdio. O acerto de The Acolyte é não influenciar o público a ficar automaticamente do lado da ordem.
Durante o primeiro ataque, somos levados a considerar a perspectiva da pessoa vingativa, que parece ter uma grande motivação. Mas, no decorrer dos dois episódios de estreia, a conduta dessa pessoa também é questionada, criando a sensação de um narrador não confiável e uma dúvida sobre qual lado devemos ficar.
Explorando a Alta República
Essa nova abordagem sobre os Jedi faz de The Acolyte uma série muito promissora, especialmente ao mostrar a Alta República, uma era pouco retratada e cheia de mistérios. O caminho escolhido, pelo menos nos primeiros episódios, parece ser de uma reverência comedida, destacando a importância da ordem Jedi, mas também sua burocracia, que até incomoda o mestre Sol em determinado momento.
A atuação do elenco contribui para essa sensação de dubiedade. Carrie-Anne Moss entrega uma Jedi madura, enquanto Amandla Stenberg se destaca ao mostrar uma certa rebeldia contra a ordem. Lee Jung-jae acerta ao entregar a figura de um mestre Jedi bondoso e poderoso, um clássico de Star Wars.
The Acolyte entrega vários elementos clássicos da franquia, com uma nova roupagem. Sendo assim, temos a relação entre um jovem e seu dróide, um mestre que tenta ensinar as mentes mais novas, um wookie, muito uso da Força e de sabres de luz, e até frases conhecidas, como a sensação de “um sentimento ruim” sobre alguma coisa. Felizmente, nada parece jogado ou apenas fanservice. As referências existem em momentos que fazem sentido e soam orgânicas, como parte importante daquele universo, em vez de uma “obrigação narrativa”.
Após muitos tropeços na franquia, The Acolyte parece ser uma excelente adição ao universo de Star Wars. Os momentos de ação estão bem executados, há um mistério envolvente nos bastidores, e o elenco está afinado para entregar uma jornada emocionante. Resta torcer para que a produção mantenha seu ritmo nos próximos episódios.
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