O episódio “Um Ser Familiar” de Agatha Desde Sempre traz o clássico recurso de “quebrar” a linha temporal para retornar ao passado e explorar a origem de um personagem ou um evento importante para a trama.
Normalmente, esse tipo de abordagem pode ser cansativa, principalmente quando já é esperado. No caso de Agatha Desde Sempre, o episódio se mostrou necessário, mas não deixou de causar uma certa frustração inicial pela sensação de “mais uma história de origem“. A surpresa, no entanto, veio com o equilíbrio entre ação e explicação, sendo bem trabalhado pelo roteirista Jason Rostovsky. Além disso, a direção de Gandja Monteiro, que já dirigiu episódios de Wandinha, The Witcher e The Walking Dead: Dead City, manteve o ritmo da narrativa, dando destaque ao personagem de Joe Locke.
Embora alguns detalhes possam ter se estendido mais do que o necessário, como a sequência do Bar Mitzvah de Billy Kaplan, isso serviu para diferenciar o adolescente apresentado da nova versão que renasce após o acidente próximo à redoma mágica de Westview, criada por Wanda Maximoff. Esse detalhe é fundamental, pois Billy Kaplan, que mais tarde se torna o Wiccano, precisava ter sua vida anterior mostrada, o que dá peso à sua transformação. Mesmo que o tempo para essa transição tenha um limite, o episódio cumpre seu papel ao conectar a trama com WandaVision de maneira satisfatória.
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O ponto alto do episódio está na maneira como ele relaciona a história de Billy com a busca por seu irmão Tommy, que, seguindo os quadrinhos, pode assumir o codinome Célere e herdar os poderes de supervelocidade de seu tio falecido, Mercúrio. A participação de Evan Peters como Ralph Bohner também foi um destaque interessante, reforçando o impacto dos eventos de WandaVision e as consequências das ações de Agatha. Embora convenha que Agatha seja a única sobrevivente da batalha, a série ainda mantém certa ambiguidade sobre as mortes das outras bruxas, deixando espaço para possíveis retornos.
Com mais três episódios pela frente, Agatha Desde Sempre tem a oportunidade de expandir sua narrativa além da introdução de Wiccano no MCU. A expectativa é que as Sete de Salem e Nicholas Scratch desempenhem papéis importantes na trama, e que Tommy, irmão de Billy, também tenha sua introdução completa.
No geral, Agatha Desde Sempre continua mantendo um bom nível de qualidade, mesmo ao abordar inevitáveis histórias de origem. A série se firma como uma expansão interessante do MCU, explorando temas sobrenaturais, e mantendo Agatha Harkness como uma vilã convincente. Dependendo do desfecho, até Billy pode se encaixar nessa classificação, o que adicionaria um elemento interessante ao universo de heróis e vilões do MCU.
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