Neste último domingo (12), enquanto passava o Oscar 2023, também estreou o episódio 09 e último da primeira temporada de The Last Of Us, na HBO Max.

Assim, ironicamente, o último episódio é um dos mais curtos da temporada, tendo apenas 43min de duração. Entretanto, sem enrolação, o final de temporada é repleto de emoções e dilemas acompanhados de pura adrenalina, do jeitinho que muitos fãs esperavam.  

Será que, depois de todos os desafios, chegamos ao final da jornada de Joel e Ellie?

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Primeiramente, vale lembrar que a humanidade encontra-se à beira da extinção em um cenário pós-apocalíptico causado por um fungo que transforma suas vítimas numa espécie de “zumbi”, por assim dizer. Em meio a este cenário, temos Joel (Pedro Pasqual) e Tess (Anna Torv), uma dupla de contrabandistas, que são obrigados a levar uma garota, Ellie (Bella Ramsey), para encontrar-se com um grupo de rebeldes (os Vagalumes).

Após frustrações e grandes desafios agonizantes que colocaram a dupla em risco de vida, Joel e Ellie seguem rumo a suposta nova base dos Vaga-lumes, enquanto desafiam um longo inverno infernal.

Agora, com feridas físicas e emocionais, eles seguem mais próximos do que nunca rumo à nova base dos Vaga-Lumes, que encontra-se em um hospital.

Dessa forma, algumas dúvidas ficaram para atiçar sobre o final da jornada de nossos sobreviventes: será que eles se curarão de suas feridas? Quais monstros esperam pela nossa dupla de sobreviventes? Eles encontrarão os Vaga-Lumes? Joel e Ellie terão um final feliz em sua jornada?

E por fim, será que o novo e último episódio de The Last Of Us é bom?

Sobre o episódio 09 de The Last Of Us

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Imagem: Reprodução

A neve derreteu. Se o frio do inverno trouxe dor e trauma para Joel e Ellie, a primavera pode apresentar a chegada de novas oportunidades e ares em seu horizonte.

A dupla caminha rumo a misteriosa base dos Vaga-Lumes para se obter a cura, porém, o destino da viagem pode não ser o que eles esperavam.

“Ela é durona.”

O último episódio inicia-se dando aquele gostinho nostálgico com flashbacks, em uma pegada parecida com a que foi apresentada nos primeiros episódios.

Além da cena forte – do parto de um bebe diante todo aquele caos -, o episódio utiliza do cenário e do clima desta cena para representar o fim de um suposto inverno para então, fazer uma alusão ao florescer da primavera.

Logo, esse avanço sutil, além de apresentar uma carga emocional, um aprofundamento a personagens, ele também entrega uma justificativa do por quê do relacionamento de Joel e Ellie estar tão próximos.

Aliás, por falar deste relacionamento, é nítido a transformação de Joel.

Dessa forma, se lá no começo, temos um homem amargurado, que não pode nem ouvir o nome da filha que faleceu, aqui já temos um personagem mais leve, mais sociável. Chega a parecer que ele finalmente está elaborando seu luto e agora quer aproveitar ao máximo a companhia de sua “nova filha”, Ellie.

Por outro lado, Ellie sorridente e empolgada se mostra mais fechada do que nunca. Uma nítida menção sutil aos eventos traumáticos do episódio anterior. No entanto, é primavera: os ventos gelados se foram e com eles, o sol volta a raiar. Ou era o que se esperava.

Primavera X Morte

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Imagem: Reprodução

Um dos acertos deste episódio é saber como distribuir seu tempo de modo a não perder seu telespectador.

Quando o clima começa a ficar monótono, vira-se uma chave, acontece algo, que provoca mais e mais emoções. Começou a perder o ritmo, vira outra chave e acelera novamente, e assim por diante. Apesar de parecer nada inovador e um pouco forçado quando tratado de modo geral, aqui a técnica funciona muito bem por fluir naturalmente.

Dessa forma, os acontecimentos não cansam, a história aproveita ao máximo cada minuto, sem deixar uma trama acelerada, corrida ou confusa.

Assim, com isso em mente, podemos continuar: se Ellie está cabisbaixa e desesperançosa, a chave se vira, e logo há a cena da girafa, uma das cena mais esperadas pelos fãs do game e que já vinha sendo predita na sutileza simbólica  dos episódios anteriores.

Aliás, chega a ser interessante o diálogo da dupla após esse encontro, demarcando aquele tom epígrafe, ou seja, evocando algo que vai acontecer. E no caso, algo ruim.

Porém, a chave se vira. A conversa e as piadas são interrompidas como uma explosão.

A força do silêncio

Se até então, o último episódio caminhava em calmaria, com momentos de reflexão e proximidade dos personagens, o segundo arco vem com força, dinâmica e urgência.

A trilha sonora torna-se parte da ambientação fechada, enfatizando ainda mais e mais a sensação claustrofóbica. Nossos heróis encontram-se em um beco sem saída, sem ter para onde correr, e a toda a ambientação contribui com essa tensão no ar.

Com a musica tema da série embaixo volume, quase que no próprio silencio dos personagens, Pedro Pascal expõem as frustrações, raivas, medos e ansiedades de Joel que encontra-se em um momento tão desesperador. Essa sensação lembra àquela cena do próprio piloto em que um guarda da FEDRA apontava uma arma para Ellie e fez com que ele tivesse um flashback de sua impotência diante a morte de Sarah.

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Imagem: Reprodução

É isso: o silêncio de Joel culmina em sua impotência diante de todos os grandes desafios da jornada. Desafios estes com nomes: Sarah, Tess, e agora, Ellie.

Portanto, a cada passo que se avança, o grave da música vai tomando mais espaço, funciona como um cronometro até o devido gatilho, que resulta em uma cena ação repleta de violência e crueldade, que até então só havíamos visto resquícios desta personalidade sombria de Joel, no episódio 08, quando ele tortura os seguidores de David (Scott Shepherd) para encontrar Ellie.

A trilha sonora e todo o cenário são narradores de uma história não de monstros, mas sobre humanidade e relações humanas.

O monstro (e a falta dele)

Como já dito, a premissa de The Last Of Us é clara: é uma história sobre relações entre as pessoas, sendo colocadas a prova, enquanto dialoga com a temática de Medo X Esperança, em um cenário com monstros.

No entanto, alguns telespectadores podem achar que a série se perde um pouco em sua adaptação. Isso é, há uma falta dos monstros, por assim dizer. Ok, realmente há os humanos monstruosos, que chegam a ser tão ruins quanto os infectados. A mensagem também é clara.

Porém, em certo momento, principalmente no arco do inverno, há uma ausência de infectados, a qual começa a fazer o público esquecer sobre a importância de toda a jornada em si: afinal, qual a urgência e necessidade de se obter a cura, senão há nem mais infectados por ai?

Afinal, não há tantos infectados escondidos por ai? Qual é a real situação?

Então, apesar de justificável essa falta de infectados contra a dupla de sobreviventes, seja por eles estarem mais em ambientes abertos da floresta, ou então por visar não deixar a história monótona, com cenas de ação desnecessárias e cansativas, ou então banalizar as cenas de violência e sobrevivência. Mesmo assim, faz uma pequena falta apresentar um pouco mais desse desafio a eles (última vez que uma horda de infectados aparece na série, foi no episódio 05).

Contudo, a história de The Last Of Us é muito além de infectados. Sua história vai além das relações humanas, buscando mostrar que, dado a devida motivação, as pessoas podem tornar-se monstros. Um exemplo disso é a explosão de fúria de Joel e todo o rastro de sangue que ele deixa para trás.

Resumo do episódio 09 de The Last Of Us

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Imagem: Reprodução

O último episódio não poupa emoções. É a tensão desde um parto, até um rastro de morte em busca de salvar a vida.

Dessa forma, esse conjunto de emoções que acompanha a história de forma bem fluída, dando ao público a oportunidade de sentir e temer pelos seus personagens. Assim, da mesma forma em que há alegrias e esperança, também ha medos.

The Last Of Us reescreve um dos maiores dilemas da sociedade moderna e leva-o ao exponencial: o Dilema do Trem [pode conter spoiller].

Além disso,, o último episódio da temporada se mostra fiel a premissa e ideias apresentadas ao longo de toda a história. Seja por representar a dualidade de Esperança e Medo, ou por abordar as várias formas de relações humanas, ou até mesmo levantar o questionamento: o que faz do monstro um monstro?

Dessa forma, é retomada essa ideia de humano-monstro, levando-a além do limite e a inovando, ao mostrar o monstro que vive sob a pele do herói, Joel.

Portanto, apesar de rápido, o último episódio da primeira temporada não perde tempo e explora cada canto da personalidade dos protagonistas e suas motivações. É um episódio que condiz com toda a temporada, finalizando o dialogo proposto pela mesma (Medo X Esperança). E então apresentar uma conclusão deste diálogo após a resolução de um dilema moral.

O nono episódio marca o fim da primeira temporada de The Last Of Us, que encontra-se disponível na HBO Max. A segunda temporada, apesar de confirmada, ainda não tem previsão exata de quando iniciará a gravação.

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