Sabe aquele filme que você não espera muita coisa, mas se surpreende bastante? Esse é o caso de “O Mal Que Nos Habita” (Cuando Acecha la Maldad – 2003), filme argentino de terror do diretor Demián Rugna, o mesmo diretor de Aterrorizados (2017).
Estrelam o filme Ezequiel Rodríguez (Legions) e Luis Ziembrowski (Los Sonambulos). O filme também conta com Demián Salomón (Aterrorizados), Silvina Sabater (Alanis), Federico Liss (La Misma Sangre), Virginia Garófalo (C.H.U.E.C.O.) e Paula Rubinsztein no elenco. Ainda, Emilio Vodanovich e Marcelo Michinaux do terror O Fio Invisível também estão na produção.
O terror teve sua produção na Argentina e nos Estados Unidos e estreiou no Festival de Toronto 2023.
A história de “O Mal Que Nos Habita”
A história começa quando Pedro e Jaime, dois irmãos que vivem em uma área rural da Argentina, encontram um corpo em decomposição na floresta. Investigando a região, encontram um conhecido bizarramente doente. Logo descobrem que se trata de um “apodrecido” — um ser humano possuído por um demônio que está prestes a “dar à luz” o mal, ou seja, libertar fisicamente a entidade demoníaca para que ela passe a possuir outros.
Eles descobrem que o possuído estava sendo escondido por moradores locais, esperando a chegada de uma “limpeza” oficial que nunca aconteceu. Desesperados e com medo, os irmãos decidem se livrar do corpo sem seguir os rituais corretos, arrastando-o pela estrada e o abandonando longe dali.
Isso desencadeia o caos.
A partir desse momento, uma espécie de infecção demoníaca começa a se espalhar rapidamente pela região. Animais ficam violentos, pessoas enlouquecem e atos brutais começam a ocorrer, incluindo a morte de crianças e ataques imprevisíveis. O mal se alastra como uma praga espiritual que contamina e possui, saltando de corpo em corpo.

Pedro tenta fugir com sua ex-mulher e seus dois filhos, mas as posses começam a afetar diretamente a família. O próprio filho dele começa a dar sinais de que está sendo influenciado pelo mal. Ele busca ajuda de uma “limpadora” — uma mulher experiente em lidar com esses casos —, mas a situação já está completamente fora de controle.
Ao longo do filme, diversas mortes brutais ocorrem, incluindo a de crianças. A atmosfera se torna cada vez mais desesperadora. O diretor não poupou, em momento algum, as crianças, trazendo mais realismo para a produção. Entretanto, são cenas bem chocantes e bem desagradáveis. Mas a morte tem que ser agradável em um filme de terror?
Uma abordagem diferente de outros filmes
Uma das mensagens principais de “O Mal Que Nos Habita”, que tem uma abordagem trágica e pessimista, é que o mal é inevitável. Para o filme, os humanos, mesmo com boas intenções, são incapazes de deter o mal quando tentam agir por conta própria, sem compreensão dos rituais ou da gravidade do que enfrentam.

O diretor não poupou na violência gráfica. Existem diversas cenas extremamente chocantes e angustiantes. Além disso, a ambientação rural contribui para a sensação de isolamento e impotência.
Um ponto interessante do filme é que de maneira sutil, existe uma crítica social em relação à negação da realidade diante do perigo. As pessoas não acreditam no sobrenatural. Elas preferem achar que o protagonista está ficando louco, do que ajudá-lo, considerando seu contexto histórico.
Curiosidades
- No Rotten Tomatoes, a produção tem 96% de aprovação da crítica especializada e 79% do público.
- Surpreendentemente, “O Mal Que Nos Habita” recebeu ótimas críticas em festivais de cinema como o Fantastic Fest e Sitges por sua originalidade e ousadia, ainda mais por ser um filme de terror latino-americano.
- A brutalidade e imprevisibilidade do filme lembra obras como Hereditário e O Babadook.
- De acordo com o diretor Demián Rugna, a ideia para fazer o filme veio de uma série de notícias sobre pesticidas agrícolas em sua terra natal, causando problemas de saúde generalizados. A apatia corporativa em relação à saúde dos trabalhadores e como o problema ocorreu o fizeram pensar sobre a ideia de males à espreita que se espalham facilmente.

Agora que sabe um pouco mais sobre o filme, bora assistir?
Por fim, “O Mal Que Nos Habita” está disponível na Netflix.
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