Entre os dias 18 e 19 de Novembro aconteceu mais uma edição do Shinobi Festival, o maior evento geek de Petrolina (PE). Com diversas programações, o Shinobi proporcionou aos fãs do universo geek concursos de cosplay, campeonatos de Wild Rift e Valorant, sala de jogos, com a nostalgia dos jogos antigos (até aqueles da TV Tubo).
Em sua programação, o Shinobi Festival também criou um espaço de bate-papo do público com o cosplayer Hao Haw e o dublador Wellington Lima. Além disso, o evento também contou com o show de MHRAP e o quadro “Cantadas Enfadonhas”, do youtuber Muca Muriçoca.
Bate-Papo com Hao Haw
No primeiro dia de evento (18), o cosplayer Hao Haw abriu espaço para uma conversa sobre as suas produções e os desafios que a profissão leva.
Hao Haw é um cosplayer de grande sucesso entre os eventos geeks pelo Brasil e sua carreira de se fantasiar com personagens de animes começou pela vontade de realizar fotografias temáticas. “Então eu pensava assim, “nossa, isso aqui vai dar umas fotos muito legais, eu quero fazer cosplay, vou fazer foto de uns negócio temático e tal”, foi aí que eu comecei”.
Portanto, focando na qualidade, Hao Haw explica que foi durante a pandemia que seu foco como cosplayer começou. Nesse período de ficar em casa, ele começou a focar em aprender a construir suas roupas, materiais e até mesmo a se maquiar para entregar uma cosplay de qualidade ao público.
Hoje em dia eu trabalho com cosplay, mas não é uma coisa que eu almejava fazer, foi uma coisa que aconteceu. Eu fui focando muito em qualidade, em fazer as coisas para sempre tentar evoluir e veio a época da pandemia, que foi quando eu estourei e comecei a ganhar muitos seguidores, comecei a melhorar também, porque eu ficava em casa sem ter muito o que fazer, ficava ansioso. Então eu falei “vou investir aqui” e foi quando eu comecei a treinar maquiagem, a fazer de fato as coisas e depois eu comecei a produzir mesmo, desde armas a perucas. Eu evolui muito como cosplayer.
É preciso entender seu público para ser cosplayer
Seguir a carreira de cosplayer é se costumar a enfrentar alguns desafios, como a realização de uma produção impecável e também entender o que o público tem vontade de acompanhar naquele momento, “para você ser cosplayer você tem que ter um diferencial entre as pessoas, porque é um mercado muito seletivo, é uma coisa diferente que vai fazer as pessoas quererem ver mais de você”.
Em suma, é muito importante o cosplayer entender o público que trabalha e como fazer para crescer nesse ramo. Dessa forma, Hao Haw deixou uma dica no primeiro bate-papo para quem sonhar em seguir na carreira.
A dica que posso dar assim como cosplayer, como profissão é: foque na qualidade, procure saber o que tá em alta nesse mundo, porque querendo ou não sempre vai ter um personagem ali que não vai hypar muito entre a galera. Como também ter um foco no instagram, a rede social é muito apelativa visualmente, é você estudar um pouco de fotografia. Tentar assistir tutoriais também.
Bate-papo com o dublador Wellington Lima
No segundo dia do evento (19), o Shinobi proporcionou aos fãs um bate-papo com o dublador, diretor de dublagem e ator Wellington Lima. Seus personagens mais conhecidos são: Bender (Futurama), Stewie Griffin (Uma Família da Pesada) e Majin Boo (Dragon Ball). O dublador faz teatro desde os 12 anos e conta que quando criança costumava colocar vozes em seus bonecos.
Eu fiz teatro na escola desde os 12 anos, sempre fui muito do teatro e eu brincava em casa com meus bonecos de colocar vozes neles, eu já fazia a voz sem saber que existia a dublagem, e comecei a fazer teatro e chegou um dia que eu resolvi ir atrás. Resolvi ir atrás sozinho em uma época que não tinha internet, não tinha google, não tinha nada, eu não sabia por onde começar e foi assim, foi aos trancos e barrancos e deu certo.
Dublar e dirigir
O primeiro trabalho de Wellington Lima foi no filme da Disney chamado “Operação Dumbo”, em 1996. Além de atuar e dublar, ele também é diretor de dublagem. Portanto, Wellington já dirigiu a dublagem de grandes animes, como Cavaleiros do Zodíaco e Dragon Ball, com isso ele explica o carinho que ele tem nesse ramo.
Eu amo dublar e eu amo dirigir. São duas coisas diferentes, bem diferentes, porque a direção é mais responsabilidade, você pega um produto que vocês vão receber na casa de vocês prontinho e eu vou receber todo cru, eu tenho que assistir, entender bem, escolher as vozes e depois dirigir individualmente cada dublador.
No ano de 2009, Wellington concorreu ao VII Prêmio Yamato, o Oscar da Dublagem Brasileira pela direção de dublagem do seriado “Dr. House”, juntamente com Alfredo Rollo, também diretor de dublagem. Dessa forma, durante o bate-papo, o dublador explica as vantagens de ser dublador e de dublar.
A dublagem é assim: o diretor te escolheu para fazer a dublagem, seja a garçonete que vai aparecer com uma fala ou o principal, quando você é convocado para fazer a dublagem, você chega lá, entra, grava, vai embora e acabou. Essa é a vantagem, você é um policial de manhã, um monstro daqui duas horas, um assassino, um príncipe, você vai mudando de estúdio e vai fazendo. A vantagem de dublar é essa e a direção não, você tá ali o tempo todo, enquanto não terminar a série.
Batman e Zorro
Para finalizar, o dublador responde ao GeekPop News qual personagem ele gostaria muito de dublar mas infelizmente não teve a oportunidade e sua resposta vem com um apego emocional e muito humor.
“Eu também tive infância, também gostava de animes, por incrível que pareça também tinha animes quando eu era criança. E um herói que não é herói que eu amava quando era criança era Batman e Zorro. Eu acho que esses dois”.
Mesmo com o sonho de dublar o Batman e o Zorro, Wellington conseguiu realizar um deles, mesmo que tenha sido em parte, que foi a dublagem com o Zorro, “eu dublei o Zorro em anime, o Zorro japonês eu dublei, consegui realizar esse sonho”.
NOTA: Além disso, apesar da localização do evento ter sido no SESI Petrolina, as condições climáticas não ajudaram muito. Com enormes ondas de calor enfrentadas nos territórios brasileiros, o clima quente no local não foi muito agradável aos fãs. Principalmente pela falta de bebedouros ativos no local, de acordo com a organização, o SESI desabilitou os bebedouros, portanto o Shinobi Festival não tinha a liberação dos pontos de água no local, o que dificultou o bem-estar no evento. Por isso, diante das temperaturas de 36º graus, a proibição de água gratuita foi o único ponto negativo no evento.
Matéria atualizada em 20/11/2023, às 12h30min
Muito bacana. 👏
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