UCCONX | Confira entrevista com CEO do evento Leo De Biase após polêmicas na internet

Está acontecendo na cidade de São Paulo a UCCONX, Festival de Cultura Pop e que ganhou repercussão nacional essa semana após várias polêmicas e memes na internet. Após terem atrações importantes canceladas, como Millie Bobby Brown e George Takei, o evento se tornou alvo de centenas de comentários nas redes sociais.

Problemas envolvendo situações trabalhistas de antigos funcionários também vieram a tona, como já noticiamos aqui. Com promessa de ser um gigante dos eventos geek do país, a UCCONX deveria ter montado um universo a parte dentro do Anhembi, em São Paulo. Mas o que se viu durante os três primeiros dias foram stands vazios, e a expressiva ausência de público.

A ausência de informações também foram um grande problema, já que as notas lançadas pela assessoria do evento se mostraram contraditórias, confusas, atrasas e por vezes omissas. Dessa forma, o GeekPop News entrou em contato com a assessoria e pode conversar com o CEO do evento, Leo de Biase, a fim de entender todos os pontos envolvendo as polêmicas relacionadas ao evento e ouvir a versão da empresa. Você pode conferir a entrevista na integra abaixo, com todos as informações trazidas por Leo a respeito dos questionamentos feitos pela reportagem de Amanda Barboza com produção de Mário Guedes.

Quem é Leo De Biase?

É sócio fundador e CRO da BBL ESPORTS S.A., uma holding de entretenimento focada no e-sports. Trabalhou como Relações Públicas da NVIDIA durante quatro anos, e foi um dos pioneiros no seguimento de “Lan Houses” no Brasil. É ex-jogador profissional de CS 1.6. Na BBL, Leo tem como sócios Nando Cohen que é CEO da empresa e Thomas Felsberg que é o Presidente da companhia. A empresa está ativa desde 2018 e é uma Sociedade Anônima Fechada com capital social divulgado na Receita Federal de R$ 10 milhões de reais.

Sobre a criação e planejamento do UCCONX: 

De acordo com Leo, a criação do evento foi muito rápida. A primeira edição do evento não teve o ciclo normal de criação. A BBl adquiriu a marca UCCONX, somente a marca, e assumiu também o contrato com o Anhembi. Leo diz que eles não compraram a antiga empresa, somente o nome. “A gente adquiriu em novembro do ano passado, mas na verdade a gente começou a operar e realmente ir fundo no projeto em fevereiro deste ano. Então foi menos de 6 meses para colocar tudo no ar. Mas mesmo assim a gente topou o desafio.”

A BBL já trabalha no setor de entretenimento, no ramo de games e e-sports. Leo nos conta que eles tinham planos de entregar um evento muito grandioso, com um conceito diferenciado de festival. Eles criavam as ideias e negociavam com as marcas que estariam lá. Pra ele, essa é a diferença do evento, já que não se vendeu os espaços para que a empresa montasse a ação que queria. Na verdade eles contrataram os artistas, diferente do modelo tradicional onde os estúdios é que trazem as celebridades. Ele ressalta: “Então foi um trabalho muito duro, pesado, muito aprendizado. Já passaram mais de 40 mil pessoas aqui pelo evento. Tivemos reações muito legais do pessoal, porque eles veem o evento, veem a estrutura e falam “e esse é o primeiro ano”. Juntamos várias tribos no mesmo lugar.” 

Sobre as polêmicas que surgiram nos últimos dias nas redes sociais, Leo destacou os seguintes pontos: 

Para Leo as polemicas da internet foram cheias de fake news. Ele faz questão de dizer que os problemas podem ser divididos em dois assuntos. Um assunto relativo aos problemas das gestões passadas, que iniciou o trabalho com a marca UCCONX, e que posteriormente eles compraram. Essa questão trabalhista, de acordo com ele, é algo que eles ficaram sabendo, mas não tinha noção exata já que não compraram a empresa antiga. Ele diz que não teve acesso as informações, e que somente depois do começo dos trabalhos é que viram as “coisas” pela internet.

Ainda de acordo com ele “A BBL, como empresa, a gente sempre se solidarizou por isso, a gente tem uma equipe gigante de 150 funcionários, todo mundo adora trabalhar lá, temos um trabalho muito legal. A gente até ajudou a contatar, ver e redirecionar o pessoal, que era os antigos donos, pra eles negociarem. Eu sei que alguns acordos foram feitos e finalizados, mas ao que parece nem todos. Mas querendo ou não acaba tendo um reverberação pequena na internet, porque não eram celebridades e nem nada do gênero.”

A ausência dos artistas no UCCONX de acordo com De Biase

Sobre o cancelamento de Bobby Brown ele é taxativo: “Cancelamento normal, cancelamento de artista como já houve em vários eventos. A Lady Gaga cancelou participação no Rock in Rio dois dias antes do show dela, algo assim.” Ele diz que ficou sabendo do cancelamento da atriz na véspera da vinda dela, e que houve uma “ida e vinda de informações”, a respeito das causas desse cancelamento. Vale lembrar que inicialmente o evento divulgou que a atriz estaria com COVID-19, e posteriormente trocou a informação para problemas de agenda e resguardo da saúde dela.
O gestor do evento continua dizendo que “a internet enraivecida porque ela não vinha, o pessoal começou a caçar coisas do que falar da UCCONX. Eram pessoas muito bravas nervosas pela questão da Millie Bobby Brown e com razão, nem a gente estava feliz, pelo contrário, nós estávamos como empresa cobrando só o posicionamento oficial dela para que pudesse mostrar que “olha, a UCCONX fez tudo o que pode”.

Ele disse a reportagem que o cachê dela já estava pago, e que a negociação durou meses até o acerto de que ela de fato viria para o país, e que pelo imprevisto citado ela não pode comparecer. Confira o que ele diz sobre essa situação:

“Então nesse barco estávamos igual todo mundo: bravo, chateado. Assim, juntou as outras coisas e vieram as Fake News de todos os níveis, pessoas de má fé ou pessoas que estavam entrando na onda. Fake News aponto de tirar fotos de stands que estavam montando e falar na legenda “desmontando”, mas está aí o stand montado vendendo e tudo mais. Mesmo assim a gente reverteu muita coisa. Quando o pessoal viu o Ian estava aqui, começou muito influenciador e muitas pessoas a mostrar “galera o evento está aqui”. E além disso, o pessoal postando as fotos dos espaços vazios. O que eles querem no primeiro ano? 500 mil pessoas? Nenhum evento se constrói dessa maneira. A gente tem um super time aqui juntamente com a imprensa seria, vai lá e mostra. E o sentimento negativo começou a baixar.”

“Estamos hoje no terceiro dia, cada dia envolvendo mais público, nós dizemos ação social, a gente teve doação de ingressos para a prefeitura, pra polícia militar e suas famílias, para os bombeiros, pra escola pública. Enfim, estamos fazendo todo o nosso trabalho. “

Algumas polêmicas envolviam PROCON e processos. O que ocorreu de fato em relação a isso?

Após o cancelamento da presença da atriz vários consumidores foram para a internet reclamar sobre a situação, querendo saber sobre reembolso do valor. Os ingressos variavam muito de preço, podendo chegar até 5 mil reais o pacote mais completo. Várias pessoas de várias partes do país já haviam comprado passagem, hospedagem, e há relatos de clientes que precisaram inclusive pegar empréstimos para arcar com as despesas.

Após grande repercussão, o PROCON-SP se manifestou e chegou a dar um prazo para que a empresa apresente um plano efetivo de como irá proceder perante quem se sentiu lesado. Referente a isso nós questionamento De Biase sobre o que ocorreu e quais os planos da empresa com essa situação. Leia na integra sua resposta:

“PROCON de ingresso e isso é normal, direito de uma pessoa que tinha um trâmite e de alguma forma se sentiu lesada, apesar de ter todo processo de reembolso, onde ela vai fazer a troca. Às vezes a pessoa tem algum outro dano, alguma outra coisa e ela precisa até ter um processo para justificar isso para receber algum outro tipo de coisa. Então é normal. Não tem um evento que não tenha PROCON, a gente vai ter a nossa resposta, nosso contraponto e justiça vai decidir. Mas a maioria dos processos que vieram de PROCON não vieram pra UCCONX, nem pra BBL, vieram para aquela empresa antiga da última gestão. Nós tivemos diversas visitas de fiscalização, de ministério do trabalho, de tudo e o evento está funcionando, tudo bem. Eles aprovaram tudo.” 

“A gente agora está focado no evento, na melhor experiência pra quem pagou o ingresso e está aqui. Tem família. A nossa ideia que fosse para passar o dia inteiro e não ficar em fila de 4 horas, vendo duas coisas e ter que ir embora. Esse é nosso conceito. E assim, na próxima edição vamos melhor os erros. “

O GeekPop News reitera que seguirá acompanhando todo o desenrolar da situação. Novas atualizações serão feitas a medida que novas informações forem chegando.