Estreou hoje, dia 18 de maio, na Paramount+ o filme “Vai Dar Nada”, primeiro longa original nacional lançado pelo streaming, produzido pelo VIS em parceria com a Casa de Cinema de Porto Alegre. A dupla conhecida pela longa carreira de trabalho juntos, Guel Arraes e Jorge Furtado assinam como autores do longa-metragem, com produção e roteiro.

“Vai Dar Nada” é o riso como política de resistência. Então, o riso enquanto fazer político”, – atriz Jéssica Barbosa.

Resumo sobre o filme: 

A narrativa se desenrola na vida de Kelson (Cauê Campos), um jovem que rouba carros e motos direcionados à um desmanche. Tudo isso é feito por uma rede de pessoas que trabalham para fazer um melhor serviço fora da lei, da maneira mais sigilosa possível.

Nos furtos, Kelson e seu parceiro analisam as vítimas e levam os automóveis na primeira oportunidade que surge. 

Tudo isso acontece em um tom de muito humor e com diálogos que apresentam uma crítica sutil sobre questões como emprego/desemprego no Brasil e situações relacionadas ao trabalho. 

Além disso, Kelson é apaixonado por Neide (Fernanda Teixeira) e para tentar impressioná-la, consegue uma moto mais potente, que também facilita a fuga da policia quando preciso.  Mas, por não saber a procedência da moto, ele pode estar entrando em uma enrascada. 

A partir desse momento várias situações vão se desencadeando em relação a polícia e as pessoas que convivem com Kelson.

Assim, se inicia muita confusão e tentativas de sair ileso de situações muito inusitadas. 

Mais situações dentro da história de “Vai dar Nada” que vale a pena destacar

Kelson também tem uma irmã, Rebeca (Jessica Barbosa), que é uma estudante de direito e trabalha ao lado de Dra. Marcia. Rebeca sempre tenta colocar mais juízo na cabeça de Kelson, porém é uma atitude sempre em vão. 

Todas as vidas se ligam de alguma maneira durante a trama. Fernando (interpretado por Rafael Infante) é um golpista que trabalha com venda de carros e motos roubados. Além disso, ele mora e tem um relacionamento com Suzi (vivida por Katiuscia Canoro), que é uma policial, que apesar disso, trabalha firmemente nos esquemas que envolvem Fernando no negócio ilegal que ele mantém. 

Entre o crime, a política e a polícia, todos acabam se cruzando e participando da vida uns dos outros, com destaque cômico e inusitado.

A história de “Vai Dar Nada” traz muitos detalhes sobre questões que os brasileiros vão se familiarizar.

Além de ser uma comédia, gênero muito evidente e querido no Brasil, o longa-metragem traz falas e piadas que se encaixam perfeitamente em diversos contextos político-sociais em que as pessoas, como no ditado, “preferem rir para não chorar”. 

O filme não marginaliza as ações dos envolvidos, mas também não acoberta as atitudes que cada um se envolve. Fica a critério do telespectador tais observações.

Além disso, é muito perceptível a representatividade que é trazida aos personagens. O destaque para a história entre a paixão de Dra. Márcia (Kizi Vaz) por Rebeca, mesmo que em segredo, é leve e muito bonita de se acompanhar, dando ainda mais envolvimento ao roteiro. 

Jéssica Barbosa também complementa sobre esse ponto de representatividade na vivência do filme, diante de um cenário de questões raciais:

“Não posso deixar de dizer, enquanto atriz negra, na cidade de Porto Alegre, que infelizmente os artistas negres do elenco, a gente teve, volta e meia, experiências de racismo na cidade. E eu acho que é importantíssimo a construção das personagens dentro desse filme. A Rebeca, que é essa estudante de direito, da quebrada, de dread, bonita, disputada, (é) o lugar onde a gente consegue colocar ela, apostando nesse visual dos dreads, não como um look exótico, que é uma palavra que não deve ser usada. Mas como um lugar de identidade racial. Essa aposta está na construção do figurino dela, que ela é feita dentro desse filme, que é uma aposta não só da direção, na escolha por exemplo dela (Rebeca) ser representada por uma atriz negra.

Mas ao mesmo tempo ser uma atriz numa produção dessa e viver,  além dos outros atores e atrizes negros, episódios, infelizmente de racismo na cidade. Então o quanto que a gente precisa usar esse lugar que a televisão tem, que o cinema tem, como uma ação da gente construir essas novas narrativas.”

Vai Dar Nada:

A representação das imagens das mulheres dentro da narrativa traz um ar de maior empoderamento em relação ao que cada uma é. Isso especialmente em relação à personagem Suzi. 

Outro ponto que o filme traz é que, apesar de ter sido gravado em Porto Alegre, o longa-metragem não especifica de onde de fato se passa toda a situação, além de mesclar sotaques referentes a diferentes regiões brasileiras. 

A trilha sonora também entra em pauta. Sobre isso, Jorge Furtado comenta: 

“A trilha sonora no cinema é um negócio que a gente faz pra ouvir a música bem alto, pra isso que serve o cinema pra mim. Porque a música é a grande arte que todos aspiram, é a arte pura. Eu adoro música e acho que o Brasil tem uma produção musical incrível, inacreditável, que felizmente se renova sempre. Então a nossa ideia era ter bastante música no filme, ela é representativa de todo o país. Tem músicas do Rio Grande do Sul, tem música do Rio Grande do Norte, tem música da Amazônia, tem música do Rio, de São Paulo. (…) A alma da linguagem do cinema é a música, ela dá emoção, ela complementa a emoção do filme. Que é uma comédia pra rir, a gente se diverte, mas tem emoção também.”

Reprodução: Vai Dar Nada, Paramount / Fotos: Fabio Rebelo
Reprodução: Vai Dar Nada, Paramount / Fotos: Fabio Rebelo

Então, para quem gosta de uma boa comédia brasileira com toques de críticas referentes a realidade,  “Vai Dar Nada” foi lançado pensando em chegar até essas pessoas, com o objetivo de se distrair e trazer bons risos naquelas reuniões de cine pipoca entre os amigos. 

Assim, confira abaixo o trailer do filme:

Trailer do filme “Vai Dar Nada”

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