Redes sociais em polvorosa: Anitta lançou, nesta sexta-feira (26), seu aguardado Funk Generation. Depois de colecionar passagens pelos principais palcos do mundo, a cantora dá mais um passo rumo ao estrelato com um projeto que exala libertação.

O sexto álbum de estúdio da artista acerta em nos transportar de forma irresistível para um baile funk carioca dos saudosos anos 2000 e, em seguida, para um quarto de motel – afinal, toda noitada tem seu after.

Para os amantes de uma boa ferveção, essa atmosfera fica ainda mais tentadora com a total falta de pudor nas letras do disco. Anitta não poupa esforços para fazer jus aos incontáveis trocadilhos que seu nome já recebeu na internet, especialmente nas vezes em que a funkeira serviu performances mais sensuais.

Porém, ao mesmo tempo em que liberta e nos faz descer até o chão de forma quase que instantânea, Funk Generation escorrega em transformar toda essa experiência dançante num produto que, aparentemente, é mais sobre a busca por sucesso internacional do que exaltação genuína das raízes da cantora de Honório Gurgel.

Produção impecável

Depois de um morno Versions of Me, nome dado ao quinto álbum de Anitta, veio aí a redenção. O que torna Funk Generation tão promissor é, sem dúvida, seus beats viciantes e pegada nostálgica. O que já era muito bom torna-se ainda melhor com produções que surpreendem ao conduzir o ouvinte por caminhos inesperados.

Até mesmo os ouvidos menos treinados para o ritmo envolvente do funk percebem as batidas que fizeram sucesso ao longo dos anos e marcaram gerações. E isso, por si só, já diz muito sobre o trabalho coeso da equipe por trás do projeto, que tem como premissa apresentar a rica cultura do funk brasileiro ao público gringo.

A primeira metade do álbum, nesse sentido, cumpre um ótimo papel ao trazer inspirações nítidas ao trabalho de DJ Marlboro, Furacão 2000, Dennis DJ, Bonde do Tigrão e tantas outras referências sonoras típicas do pancadão. Tudo começa com “Lose Ya Breath”, um hit incontestável, e “Grip”, nova música de trabalho de Anitta.

Essa última faixa, que recebeu um clipe poucas horas após o lançamento do álbum, tem uma letra um tanto quanto simplória. Mas, ao brincar com um refrão chiclete e gemidos intensos da cantora, recebe uma nova camada. E é exatamente essa mistura de camadas que tornam o batidão ainda mais eletrizante.

É putaria, bebê

Se o começo de Funk Generation já soa bastante ousado, essa qualidade é multiplicada em dez depois do interlúdio “Savage Funk”. É na segunda metade do disco que Anitta mostra uma faceta mais afrontosa e movida pela irreverência tão característica do funk atual. E foi essa seção do álbum, por motivos óbvios, que já viralizou na internet e conquistou os fãs.

Com letras mais explícitas e que exalam libertação, a cantora dá um show na sequência “Joga Pra Lua”, “Cria De Favela”, “Puta Cara” e “Sabana”. Juntas, as faixas dão vez e voz ao famoso Brasil do Brasil, borbulhando com sons que são pura agitação. O alto teor sexual das músicas, que para os ouvintes menos preparados podem parecer escandalosas até demais, encaixa perfeitamente na proposta sonora do álbum e vocais trilíngues de Anitta.

O grande destaque, inclusive do álbum como um todo, vai para a décima primeira faixa. “Cria de Favela”, produzida por DJ Gabriel do Borel, Marcio Arantes e Brabo Music, é uma grande viagem rumo ao desconhecido. O minuto final da música é simplesmente insano – no melhor sentido da palavra –, transformando qualquer ambiente em um baile funk de respeito.

Mais Pedro, menos Sam

Funk Generation é um projeto cantado em português, inglês e espanhol. A decisão é acertada e, ao longo de todo o disco, dá um caldo bastante saboroso. Porém, também é nesse ponto sutil que reside o maior triunfo do álbum: são poucos os momentos em que o português brilha como deveria.

Na tentativa incansável de internacionalizar nossa cultura, as faixas perdem um pouco de sua essência ao não irem além das batidas típicas do funk e não apostarem tanto em artistas nacionais ou letras em nossa língua. Enquanto produto comercial pensado para as festanças norte-americanas e europeias, o álbum cumpre perfeitamente sua função; mas, enquanto símbolo da identidade de toda uma geração que cresceu cantando letras icônicas do funk carioca, mais afasta do que aproxima seu público raiz.

Uma prova disso são as músicas “Double Team”, “Joga Pra Lua” e a colaboração com Sam Smith, “Ahi”. Nesta casa não temos absolutamente nada contra o reizinho Sam, mas é inegável que a parceria com Dennis e Pedro Sampaio é muito mais a cara do Brasil. No fim, parece que a confusão envolvendo o aguardado feat com o cantor inglês não valeu tanto a pena assim.

Hotter than Rio

Após meses de espera, a mais nova aposta musical de uma das maiores artistas brasileiras finalmente chegou ao mundo. Funk Generation é o disco mais coeso, sensual e expansivo da carreira de Anitta. Mesmo focando no sucesso internacional, mais uma vez a cantora mostra sua contribuição para o ritmo que, desde o final dos anos 1990, domina o Brasil. Tem muita história por trás de cada beat escolhido minuciosamente para o projeto.

Se fosse possível descrever o Funk Generation em uma só palavra, essa com certeza seria o adjetivo quente. Ao som do tamborzão de Anitta, é impossível ficar parado e não descer até o chão. E você pode tirar a prova disso ouvindo o álbum completo na íntegra, que já está disponível em todas as plataformas digitais:

Continue acompanhando o GeekPop News para não perder os próximos passos da carreira de Anitta, que em breve dará início a sua primeira turnê mundial!


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