O chip, objeto humilde criado há seis décadas, deixou de ser uma simples peça pouco compreendida em computadores poderosos para se tornas o componente mais importante e caro sob o capô de gadgets modernos. 

Com o passar dos anos, a demanda por chips aumentou drasticamente, sendo usado desde smartphones até carros dos mais variados. O que ninguém esperava é que com esta explosão acelerada e constante, a necessidade de seu uso durante a pandemia de Covid-19 para smartphones e PCs, causou um choque de fornecimento a curto prazo, desencadeando uma escassez global sem precedentes.  

Em fevereiro de 2020, a duração entre quando um pedido de chip é feito e quando ele realmente era preenchido, se estenderam para 15 semanas, visto que um atraso desta proporção não poderia ser comparado com nenhum outro dado coletado desde 2017 pela Susquehanna Financial Group.  

Outro fator importante na cadeia de abastecimento, é que a capacidade de fabricação de chips acompanhou o crescimento das vendas nos últimos anos, de acordo com dados da SEMI, sugerindo que os compradores estão ocupando a capacidade assim que os chips ficam disponíveis, este movimento acontece ainda nos dias de hoje – com a pandemia ligeiramente mais controlada – um sinal de que a demanda de semicondutores em geral tem sido a par com os recursos de produção disponíveis.  

Embora a produção conseguisse voltar ao normal após um breve espasmo, o ponto primordial para que o estopim da crise começasse, um novo aumento na demanda impulsionada pela mudança de hábitos alimentada pela quarentena agravou o que seria o ponto de escape. Ou seja, a crise de chips era inevitável, como aconteceu no ano de 2018, mas com o aumento da compra de computadores para o trabalho de home office e mineração de criptomoedas, a demanda em nível global, gerou um problema de escassez ainda não presenciado por grandes fabricantes asiáticas. 

Onde entram os consoles neste cenário? 

A Sony, junto com outros fabricantes de consoles, luta contra a falta de estoque desde o ano passado, as metas de vendas de consoles lançados neste meio tempo, como o Playstation5 não foram atingidas em decorrência do problema de fornecimento de semicondutores. Especialistas da Microsoft, empresa do Xbox, preveem que problemas de abastecimento continuem pelo menos até o segundo semestre de 2022. 

Foto: Montagem com imagens de Nintendo, Sony e Microsoft

A venda de consoles foi “interrompida” neste ano, as incertezas causadas pela dificuldade na compra de um dos principais componentes para a fabricação de console turvou as águas para os próprios fabricantes de chips que tentavam igualar a capacidade à demanda. Por este motivo, montadoras interromperam as produções em 2021, acarretando na dificuldade de encontrar consoles de nova geração em lojas no geral. 

Com todos estes problemas acontecendo, jogos de vários gêneros vêm sendo adiados, o desenvolvimento de grandes nomes teve de ser inviabilizado pelo simples fato de que não há motivo para apresentar uma nova geração de motores gráficos, movimentações e qualidades jamais vistas se o consumidor final não terá com o que rodar os títulos. 

A alta do preço dos consoles é também um dos pontos fortes para que o desenvolvimento de novos games deixassem de ser uma opção durante este ano. O game Destiny 2, foi um dos nomes que seriam lançados este ano, foi passado para 2022, enquanto sua DLC foi adiada para 2023. Outro grande jogo adiado em decorrência dos problemas enfrentados pela escassez atual foi Hogwarts Legacy, um RPG de ação e de mundo aberto passado no ano de 1800. 

Foto: Warner Bros. Games

Métodos para a prevenção da escassez estão sendo executados 

O pontapé inicial para que a crise acabe e deixe de existir por alguns anos exigirá mudanças maiores em como as indústrias de semicondutores de grandes fontes reflete em um mundo cada vez mais digital. A TSMC anunciou planos de investimentos em torno de US$100 bilhões nos próximos três anos para aumentar sua capacidade de atendimento, enquanto a Intel planeja gastar cerca de US$20 bilhões na expansão de suas fábricas no Arizona, bem como abrir suas portas para produzir chips para outras empresas, uma atitude já comum, utilizada pela Samsung e TSMC. 

Apesar de bons planos de negócio, levarão algum tempo para que mudanças significativas ocorram de fato em escala global, já que o compromisso de construir uma cadeia de suprimentos mais saudáveis nos próximos anos necessita de tempo para gestão e ação. No futuro talvez seja mais fácil comprar um sucessor do atual PS5 ou do Xbox e usufruir de novidades no mundo gamer. 


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