“Campeões” é muito mais do que apenas uma comédia dramática estrelada por Woody Harrelson. Logo no começo somos apresentados a Marcus, interpretado brilhantemente por Harrelson. Ele é um técnico de basquete de uma liga secundária que se vê diante de uma oportunidade única e desafiadora. Vale lembrar que Harrelson já havia atuado outro filme de basquete memorável, “Homens Brancos não sabem enterrar” de 1992. Sua habilidade em retratar personagens relacionados a esse esporte adiciona ainda mais credibilidade à sua atuação em “Campeões”.
Após um incidente de dirigir embriagado, o tribunal o sentencia a uma pena de serviços comunitários inesperado: treinar um time local de basquete das Olimpíadas Especiais , os Friends.
Universal acerta ao trazer filme para circuito comercial !!!
“Campeões” é uma adaptação do filme espanhol de 2018, “Campeones”. A versão da Universal é dirigida pelo mesmo diretor de “Quem Vai Ficar com Mary?”, Bobby Farrelly. No entanto, o que torna essa versão tão singular é a forma como aborda a temática da deficiência intelectual. Ao contrário de muitos filmes que caem em estereótipos e caricaturas, o diretor realiza um belo trabalho ao tratar o assunto de maneira natural.
Através de uma abordagem leve e sem vitimização, o filme nos mostra que esses personagens têm vidas comuns, repletas de experiências e desafios como qualquer outra pessoa. O filme aborda de maneira autêntica questões como primeiro emprego, vida sexual, hobbies e conflitos familiares. Evidenciando a universalidade dessas vivências.
Inicialmente repleto de dúvidas e medos, Marcus logo percebe que há muito mais em jogo do que ele jamais poderia imaginar. Ele descobre que, juntos, eles têm o potencial de alcançar feitos extraordinários e realizar o grande sonho dos jogadores. É nessa jornada emocionante e inspiradora que somos levados a refletir sobre a capacidade de superação e a importância da inclusão.
Embora Woody Harrelson tenha o papel de protagonista, ele age como um elo essencial para que esses jovens tenham espaço de protagonismo genuíno em um filme repleto de boas piadas e informações pertinentes sobre o tema que se propõe. Ao mesmo tempo, o longa-metragem nos presenteia com lições importantes sobre ignorância e preconceito, promovendo uma reflexão profunda sobre a nossa própria visão de mundo.
Elenco poderoso, protagonismo coletivo
No elenco de atletas temos nomes importantes, como Matthew Von Der Ahe, ator que tem síndrome de Down e que atuou em “Code Black” “Jubilee” e atua desde os 7 anos de idade. Além dele temos Joshua Felder, Ashton Gunning, Tom Sinclair, Alex Hintz, Madison Tevlin. Ainda temos Kevin Lanucci, Bradley Edens, Casey Metcalfe e James Day Keith.
Um dos pontos mais notáveis em “Campeões” é o elenco extremamente plural e diversificado. O roteiro fez questão de trazer personagens com diferentes deficiências intelectuais, destacando as nuances e particularidades de cada uma delas. Essa abordagem meticulosa e sensível visa desconstruir estereótipos e alertar o público sobre a importância de não generalizar ou assumir que todas as condições são iguais.
O filme claramente representa de maneira sensível as diferentes origens das deficiências presentes na história. Ele traz a reflexão de que algumas têm raízes genéticas, enquanto outras surgem como resultado de doenças ou mesmo de acidentes inesperados. Essa representação da diversidade de experiências nos lembra de forma impactante que cada indivíduo possui uma jornada única e merece compreensão e respeito em toda a sua singularidade.
Por fim, “Campeões” é um filme que vai além das expectativas. Com uma abordagem singular, humor cativante e atuações brilhantes, ele nos convida a repensar nossas concepções sobre deficiência e nos inspira a enxergar o verdadeiro potencial de cada ser humano. Prepare-se para rir, se emocionar e, acima de tudo, aplaudir a força e a resiliência dos verdadeiros campeões.