“Meu amigo Ninja” é uma animação dinamarquesa, que possui uma temática inusitada: Um boneco que é possuído pelo espirito de um antigo ninja japonês. Primeiramente é importante dizer que o filme estreará em plataformas de streaming em breve. É preciso dizer que esse filme claramente está na classificação errada, mas você vai entender isso ao longo do meu texto.

Sinopse do filme

Aske é um garoto normal da sétima série que quer apenas uma vida pacífica, sem ser incomodado pelos obstáculos que enfrenta diariamente. Ele tem uma queda por uma garota chamada Jessica, que está um grau acima dele. Seu melhor amigo nerd é Oddyseus, e está sendo intimidado por um garoto que frequenta uma aula de educação especial chamada Glenn. Aske tem um relacionamento tenso com seu padrasto Jørn e seu meio-irmão Sune.

A vida de Aske vira de cabeça para baixo quando ele ganha uma boneca ninja como presente de seu 13º aniversário do tio Stewart, que estava de férias na Tailândia antes. Ele logo descobre que a boneca ninja estava possuída por um espírito pertencente a um samurai japonês chamado Taiko Nakamura que cometeu suicídio ritual (seppuku) para salvar a humanidade do mal. A boneca se junta a Aske para vingar a morte de um empresário dinamarquês chamado Phillip Eberfrø, que espancou um menino pobre até a morte em uma fábrica exploradora na Tailândia. Dessa forma, ele coloca Aske e sua nova amizade com esta boneca à prova, preparando-se para uma aventura que Aske nunca tinha estado antes.

amigo ninja
Foto: Reprodução

Sobre o filme

Meu amigo ninja é uma animação muito bem feita, com movimentos cores e efeitos sonoros muito coesos e harmônicos, o que me surpreendeu de forma muito positiva. Entretanto, o longa deixa a desejar em vários pontos, principalmente no roteiro, que trás personagens muito complexos e diversos arcos narrativos acontecendo ao mesmo tempo. O que sem dúvidas prejudica a experiência e o entendimento das crianças, principalmente as menores.

E fica o alerta, esse definitivamente não é um filme livre não é um filme para crianças pequenas.

Além disso, ao abordar uma temática não adequada ao público infantil, o filme decepciona. A começar pela própria exploração do trabalho infantil e o assassinato de uma criança, elementos extremamente pesados e que são o pontapé inicial do longa. A inadequação entre a temática e o público alvo faz com que estes assuntos sejam representadas de forma superficial e pouco efetiva. Dessa forma, é de se questionar se o filme realmente entende o que está querendo passar com esses assuntos, e fica o alerta para que os pais possam supervisionar essa exibição a crianças muito pequenas.

Outro ponto que me incomodou muito foi a forma sexualizada que retrataram Jéssica e suas amigas. Sobre este assunto, há inclusive uma cena em que Jørn (o padrasto de Aske) faz um comentário completamente inapropriado chamando Jessica de “docinho”. É nítido aqui que existe um conflito muito grande de interesse em fazer um filme infantil e ainda assim utilizar desses artifícios.

De forma geral, o que podemos ver é que a boa produção audiovisual não é suficiente para sustentar o longa diante de de tantos desacertos do roteiro. Enfim, um produto com uma qualidade técnica interessante com um roteiro nada agradável.