No dia 25 de julho de 2021, o Brasil parou para assistir a primeira competição de Skate Street feminino nos Jogos Olímpicos. A categoria masculina já havia acontecido na noite anterior, onde o nosso representante Kelvin Hoefler conquistou a primeira medalha brasileira dessa edição das Olimpíadas, e fez com que toda uma nação vibrasse por um esporte antes pouco reconhecido no cenário nacional, por vezes sendo até marginalizado em nossa sociedade. Depois do espetáculo de Kelvin, chegou a vez das nossas meninas, Pâmela Rosa, Letícia Bufoni e Rayssa Leal – a Fadinha – representarem o Brasil na competição.

As expectativas altas eram inevitáveis. Afinal, as três skatistas brasileiras estão entre as quatro melhores posições no ranking mundial atualmente: Pâmela em 1º, Rayssa em 2º e Letícia em 4º. Na etapa classificatória da modalidade, Pâmela e Letícia infelizmente não conseguiram se classificar para a final – Pâmela inclusive revelou em suas redes sociais mais tarde que enfrentou a competição com uma lesão no tornozelo e que foi até onde conseguiu, mostrando grande resiliência por parte da atleta, que é a atual campeã mundial.

Frente a isso, nosso país foi muito bem representado pela pequena Rayssa Leal, de apenas 13 anos. A Fadinha, que estava nos holofotes das redes sociais desde que chegou ao Japão, não aparentou se intimidar diante da pressão e permaneceu com um sorriso no rosto ao longo de todo o processo, dançando e se divertindo entre as suas performances, que foram impressionantes, por sinal. Após uma trajetória tensa de duas voltas na pista e cinco manobras individuais, a brasileira conseguiu conquistar não só o carinho do público, mas também o segundo lugar da competição, se tornando a medalhista olímpica mais jovem da história do Brasil em todas as edições dos jogos. 

Não teve pressão. Eu tava ali me divertindo, e andar de skate é o que eu mais sei fazer

– contou Rayssa em entrevista

Diretamente da cidade de Imperatriz, no Maranhão, Rayssa recebeu seu apelido quando um vídeo fofo da garotinha andando de skate vestida com uma fantasia de fadinha viralizou na internet. Desde então, a skatista vem crescendo cada vez mais no cenário mundial da modalidade e conquistando diversas medalhas e prêmios. Esse é o reflexo do que acontece quando crianças são encorajadas a fazer o que amam; algo que, infelizmente, não ocorre muito no nosso país quando o assunto é esportes.

Deslumbrados pela atuação e carisma da garota, mas também com a emoção do momento, o feito histórico da nossa Fadinha arrancou um sorriso até mesmo dos brasileiros que não entendiam muita coisa de skate, e rendeu muitas comemorações nas redes sociais, em plena madrugada no horário de Brasília. Seria esse o início da paixão nacional por um novo esporte? Esperamos que sim. Mas uma coisa é certa: ver uma garota de 13 anos colocando uma medalha olímpica no peito em um esporte tão subvalorizado no nosso país servirá como um forte incentivo para muitos futuros e futuras atletas e jovens talentos.

Eu não consigo nem explicar essa sensação. […] Como acontece no futebol, no handebol, estamos provando que o skate não é um esporte só para meninos

– enfatizou a garota logo após a conquista

Rayssa Leal. Anotem esse nome, pois a garota, pequena em tamanho mas gigante nas pistas, é o presente e futuro do skate brasileiro, e promete nos trazer muito orgulho pela frente. 


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