Metallic Rouge é um anime original de ficção científica produzido pelo estúdio Bones para comemorar seu 25º aniversário. A série estreou em janeiro de 2024 e rapidamente conquistou a atenção dos fãs com sua estética cyberpunk vibrante, personagens cativantes e história envolvente.

A produção de Metallic Rouge é impecável. A animação é fluida e detalhada, com destaque para as sequências de ação eletrizantes e os cenários cyberpunk ricos em detalhes. A trilha sonora, composta por Taisei Iwasaki, Yuma Yamaguchi e Towa Tei é outro ponto forte, com músicas que combinam rock, jazz e elementos eletrônicos para criar uma atmosfera única e memorável.

O design dos personagens é de autoria de Toshihiro Kawamoto, conhecido por seu trabalho em clássicos como Cowboy Bebop. Kawamoto consegue criar personagens visualmente marcantes e expressivos, que se encaixam perfeitamente no universo cyberpunk da série.

A história

Rogue Redstar

Naomi Orthmann
Imagem: Bones

Na história do anime acompanhamos Rogue Redstar, uma humana artificial conhecida como Nean, que vive em um mundo cyberpunk onde humanos e Neans coexistem. Junto de sua parceira, Naomi Orthmann, Rouge embarca em uma missão crucial: ir até Marte para deter os “Nove Imortais“. Esse grupo é formado por nove Neans extremamente poderosos que se rebelaram contra o governo e se tornaram uma grande ameaça para a humanidade. Contudo, para completar a missão Rouge utiliza sua forma Gladiador, um visual marcante com um vermelho metálico, chamado de Metal Rouge.

Porém, a trama não foca apenas nesta missão e nas batalhas entre Rouge e os Nove Imortais, mas também trabalha com temas sobre preconceito e o significado de liberdade. Ao decorrer da história vemos diversas discussões sobre o que são os Neans, por qual motivos eles existem e até mesmo porque sofrem tanto. Apesar de serem humanos artificiais, vemos que muitos, senão a grande maioria, deseja uma vida pacífica e sem problemas.

Metal Rouge
Imagem: Bones

Mas, a humanidade mesmo após tantos conflitos e problemas, não consegue aceitar um elemento diferente inserido em seu meio. E assim, o preconceito vence em quase todas as situações. Tanto que, em grande parte dos episódios vemos humanos como os principais precursores dos problemas que se estenderá pelos episódios.

Mas, o que brilha mesmo é a falta de exposição nas explicações, deixando que o espectador junte as peças para entender o que está ocorrendo. Algo que não é muito comum nos animes atuais, já que, na grande maioria, resolvem deixar uma trama e história mais expositiva para o público em geral. Algo que com certeza Metallic Rouge resolveu nadar contra maré e apostar que o seu público conseguiria entender o anime.

Pontos positivos

Rouge Redstar
Imagem: Bones

Um dos pontos mais forte de “Metallic Rouge” é sua história original e envolvente. O anime nos convida a participar dos mistérios que cercam a obra, além disso, nos prende a todos os detalhes possíveis que passam ao decorrer dos episódios. Outro ponto interessante são os personagens únicos e cativantes, que conseguem ser bem desenvolvidos e cheio de nuances. Algo que falta em alguns dos animes atuais, mas que aqui sobra.

A produção de Metallic Rouge” é algo simplesmente fora da curva, chegando a beira da perfeição. Os destaque vão para a animação e trilha sonora fantásticas. Com certeza, todos os esforços investidos valeram a pena e o resultado final ficou absurdamente lindo. Entretanto, o ponto mais importante da obra são os temas que ele trabalha, como o futuro da humanidade, preconceito, IA’s avançadas e o que significa ser humano.

Pontos negativos

Rouge Redstar
Imagem: Bones

Apesar da história ser um dos pontos mais positivos da obra, ela também entra como um dos pontos negativos. Mesmo com o Dream Team que o Bones reuniu, uma equipe que, realmente, tem a capacidade de criar obras incríveis separados, juntos apresentavam a capacidade de fazer algo sensacional e no final não conseguiram saciar as expectativas criadas.

Não que a culpa seja deles, porém, “Metallic Rouge” se mostrou uma obra muito complexa para a pouca quantidade de episódios. Com temas abrangentes e precisos sobre a sociedade atual, o anime se mostrou meio incompleto. Faltou mais explicações sobre o universo, personagens e até mesmo faltou alguns encerramentos de histórias.

Ainda no ponto da história, para alguns espectadores o ritmo adotado pela produção pode ser considerado lento. Algo que acontece muito, em certos episódios, onde o anime tenta ser mais contemplativo ou dar mais ênfase a algumas questões que os Neans sofrem.

Por fim, alguns elementos da trama são um tanto previsíveis, mostrando que os plot twist que acontecem nestes momentos, não fazem sentido. Talvez, a produção do anime queria passar a impressão que a história era inteligente demais e um ar de superioridade, mas falhando miseravelmente. Mesmo assim, esses pontos previsíveis, não atrapalham a obra como um todo.

Temas e reflexões

Cyan Bluestar
Imagem: Bones

Metallic Rouge” não se limita a ser um anime de ação e aventura. A série também explora temas como a coexistência entre humanos e inteligência artificial, o significado da liberdade e a busca pela identidade. E assim, através de seus personagens e situações complexas, a série nos convida a refletir sobre o futuro da humanidade e o papel da tecnologia em nossas vidas.

Um dos temas centrais de “Metallic Rouge” é a coexistência entre humanos e Neans. A série explora os desafios e tensões que surgem quando duas espécies tão diferentes coexistem no mesmo espaço. Contudo, os Neans são frequentemente discriminados e marginalizados pelos humanos, que os veem como uma ameaça à sua própria existência. A série questiona se é possível que humanos e Neans vivam em paz e harmonia, e propõe soluções para superar os obstáculos que impedem essa coexistência pacífica.

Outro tema importante em “Metallic Rouge” é a busca pela liberdade e autonomia. Rouge, a protagonista, é uma androide que deseja ser livre para escolher seu próprio destino. Nesse sentido, ela se rebela contra a programação que lhe foi imposta e busca encontrar seu lugar no mundo. A série explora o significado da liberdade para diferentes personagens, desde humanos até Neans e inteligências artificiais.

Rouge Redstar
Imagem: Bones

A busca pela identidade e pertencimento também é um tema central em Metallic Rouge. Rouge, como androide, não se sente completamente humana, nem completamente Nean. Sendo assim, ela luta para encontrar seu lugar no mundo e entender quem ela realmente é. Outros personagens também enfrentam questões de identidade, como Ash, que questiona seu papel como ex-agente da inteligência artificial. A série explora como a identidade é algo complexo e multifacetado, e como ela pode ser moldada por diferentes fatores, como nossa origem, nossas experiências e nossas escolhas.

Metallic Rouge” também explora o papel da tecnologia no futuro da humanidade. A série apresenta um mundo onde a tecnologia está presente em todos os aspectos da vida, desde a comunicação até o trabalho e o entretenimento. A série questiona os impactos da tecnologia na sociedade e nos indivíduos. Ela nos convida a refletir sobre como a tecnologia pode ser usada para melhorar nossas vidas, mas também sobre os perigos que ela pode representar.

O anime que nos propõe a reflexão sobre diversos temas importantes e relevantes para o mundo em que vivemos. Assim, a série nos faz pensar sobre o futuro da humanidade, o papel da tecnologia na sociedade, o significado da liberdade e da identidade. É um anime que pode gerar debates e reflexões sobre o futuro da nossa espécie e a nossa relação com a tecnologia.

Vale a pena?

Metal Rouge
Imagem: Bones

Metallic Rouge” é uma obra de ficção científica de alto nível que combina elementos de ação, drama e suspense. A série apresenta uma história original e envolvente, personagens cativantes e uma produção quase impecável. Se você é fã de animes ou de ficção científica, “Metallic Rouge” é uma série que você não pode perder. Então respondendo a pergunta, vale muito a pena assistir Metallic Rouge, o anime consegue ser uma mistura excepcional do gênero tokusatsu com a ficção científica.

A obra chega em certos momentos lembrar, mesmo que um pouco, o filme “Blade Runner“, seja por suas questões filosóficas ou até mesmo pela ambientação. A série também pode ser interessante para quem gosta dos temas como inteligência artificial, futuro da humanidade e o papel da tecnologia na sociedade. Por fim, mesmo com os pontos negativos, “Metallic Rouge” consegue se sobressair como um ótimo anime. Apesar disso, não consegue ser uma obra digna para comemorar os 25 anos do estúdio Bones.


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