Review Child of Light – Garotas são Guerreiras

Alguns podem descrever uma princesa como uma garota bonita que passaria o tempo fazendo-se ficar ainda mais bonita, tudo para encontrar um noivo adequado a quem pudesse ser uma estátua ou um símbolo se você preferir. 

Quando ela não é feita refém no topo de uma torre à espera de ser resgatada por algum homem “honrado”, ela não seria nada mais do que um objeto bonito de se olhar. 

Infelizmente é assim que a maior parte da sociedade vê a mulher, não é assim que eu as vejo e no final de Child of Light, Aurora vai mostrar o quão forte uma mulher realmente é e eu garanto que você estará repensando toda a perspectiva que o mundo dá a você sobre o assunto.

Child of Light é um jogo incrível no qual vemos narrativas escritas por poemas e pinturas em aquarela estilosas serem transformadas em um jogo, mas o mais importante de tudo é que o jogo é sobre a jornada de uma menina até a idade adulta. O jogo aborda temas adultos, mas dentro de um nível apropriado para crianças, então ambos podem se beneficiar ao jogá-lo.

No início, a jornada não difere de nenhum conto de fadas que você possa ter ouvido quando criança. Aurora é a filha de 8 anos de um duque austríaco viúvo que a ama muito, então, como era de se esperar de uma história para ninar, uma madrasta aparece com duas filhas (claro!). Um dia, em uma noite fria, ela vai dormir e nunca mais acorda.

Sua família lamenta sua morte, mas por causas que não posso explicar e duvido que você também, Seu espírito é transportado para outro mundo chamado Lemuria (é apenas uma daquelas coisas que teremos que aceitar e seguir em frente, caso contrário, não haveria nenhum jogo.).  

Ela ” acorda ” neste novo mundo pensando que é um sonho. A Lemúria está se despedaçando desde o desaparecimento da Rainha da Luz, e Umbra, a usurpadora, assume o controle do reino. Desesperada para acordar, Aurora deve ir atrás da lua, do sol e das estrelas que também desapareceram (claramente!) E é aí que o jogo começa …

No começo, Aurora é o que a sociedade pensa de uma princesa. Ela é educada, delicada, mimada, parece que não consegue fazer nada sozinha e parece que vai cair no choro a qualquer momento. 

Através de sua história, lentamente e naturalmente se torna uma mulher mantendo sua educação e delicadeza, e se tornando a mulher forte, humilde, altruísta e amável que temos o prazer de conhecer e aprender valores com ela.

 Aurora não nos mostra um caráter forte; em vez disso, ela é uma personagem fraca que ao longo dos desafios da vida se torna forte por seu próprio mérito. Ela é nada menos do que nossa guerreira da luz e por isso ela luta com uma espada e magia de luz.

Embora a jornada seja de Aurora, ela não a trilha sozinha. Seus companheiros são uma parte vital da aventura, como Igniculus, um wisp azul brilhante que ilumina o caminho para nós. Jogamos como ele e Aurora simultaneamente no modo single player ou multiplayer, onde os jogadores decidem quem é quem e jogamos em uma tela dividida. Na tradicional sidescroller 2.5 do jogo, Aurora anda, voa (o que é incrível no jogo), fala e interage com objetos em alguns quebra-cabeças e algumas missões paralelas enquanto o wisp ilumina o caminho, abre baús, cura Aurora e resolve alguns quebra-cabeças.

Agora vamos à parte do combate, que é onde a maioria dos jogadores se diverte. Seu estilo é um RPG clássico baseado em turnos, onde você joga com 2 personagens mais Igniculus contra um máximo de 4 inimigos. 

Depois de “tocar” no inimigo, você vai para outra cena e a batalha começa, você pode usar a luz do wisp para cegar o inimigo e começar com uma vantagem. Como acontece com muitos jogos, Child of Light também tem uma barra de carga de ação, mas o diferencial é que você pode usar a luz Igniculus para atrapalhar, retardar uma ação inimiga.

Tem uma vibe Final Fantasy X, você pode trocar a party como quiser sem perder a sua vez, fazendo parecer que você está sempre jogando com toda a sua party, o que é incrível. Não trocamos de equipamento, em vez disso, infundimos nosso equipamento e armas com cristais que fornecem bônus diferentes e podem evoluir por meio de um método de fusão de cristal.

A música é incrível com cada som trazendo você de volta a um conto de fadas triste. É feito principalmente pelo grupo canadense Coeur de Pirate, não sei o que vocês escutam, mas a música de crédito é obrigatória em qualquer playlist.

Uma das desvantagens do jogo é que, para obter uma experiência mais imersiva, encontramos letras que explicam algumas coisas e nos dão algumas mensagens. Infelizmente, sempre parece uma tarefa árdua e eu não me incomodei com isso. A interface é limpa e bonita, mas poderia ser mais amigável, ou nos ensinar como nos disfarçar através dela, e alguns atalhos não fariam mal.

Como eu disse antes, o cenário é tão lindo com uma tinta aquarela deslumbrante que parece viva e em constante mudança, há até gotas de tinta úmida na câmera ou no cenário em algumas partes. Aurora é um dos únicos personagens feitos em 3D, e seus movimentos são tão vivos que parece que seu cabelo vai sair da tela, dançando em todas as direções com vento do jogo. 

A fotografia e o ambiente do jogo são feitos de forma que a maioria das áreas possam ser iluminadas pelo fio azul. Muito parecido com Ori and the blind Forest, alguns cenários parecem uma decadência lindamente executada, dando um rosto sombrio a um mundo que devemos iluminar novamente.

Seus companheiros não são jogáveis ​​fora da batalha, mas isso não os torna menos cruciais. Rubéola é o tipo de mulher “copo meio cheio” alegre, que deseja entrar no circo e encontrar seu irmão lá. Ela é a única personagem que não rima e soa sempre errada para os outros que correm para corrigi-la, mas isso não importa, já que suas habilidades de tanque e cura compensam tudo.

 Finn é nosso mago elemental, e entra em nosso grupo obrigado por seu avô porque ele é um covarde. Apesar de ter apenas 13 anos, já tem uma barba gigantesca, pois sua raça gnomo envelhece rapidamente. 

Nora é a irmã de Aurora que vem procurá-la e quer voltar para ajudar o pai. Ela tem um pavio curto e pensa que é superior a todos, mas suas habilidades de mago do tempo são uma das melhores do jogo.

 Robert é um rato em uma corrida desenfreada de banqueiros e mercadores. Ele só pensa em lucro, mas no fundo, no fundo, ele tem um coração de ouro e é nosso ranger. 

Tristis é irmão de Rubéola e ele é deprimente. Tudo o que ele diz é triste e ele é um tanque / sabotador. 

Óengus é membro de um clã guerreiro, só que traiu seu clã  para se redimir e ajudar Aurora. 

O último membro do grupo é Gen, uma raça ogro / anfíbia. Ela é uma jovem e poderosa maga do tempo.

Ao final do jogo você estará refletindo sobre a própria vida e como algumas visões que temos sobre o mundo são distorcidas porque as pessoas querem ter vantagem sobre os outros e fazê-los de escravo, falar mal e julgar os outros. Sua mente se abrirá como nunca antes e é por isso que você deve jogar Child of Light. É divertido, é lindo e inspirador.

Post traduzido do texto original do mesmo autor: Child Of Light — Girls are Warriors