Com mais de duas décadas de sucesso, Shakira lançou neste sábado (22) seu novo álbum ‘Las Mujeres Ya No Lloran’ após seis anos de hiato.

Sendo o 12º disco de sua carreira, além de representar a volta da artista, o projeto também simboliza seus sentimentos após o término de um relacionamento de 11 anos com o ex-jogador de futebol Gerard Piqué.

Contando com 17 faixas, sendo duas extras – uma versão da primeira música do álbum, “Puntería – Vinyl Version“, e um remix da íconica “Shakira: Bzrp Music Sessions, Vlo.53” – a cantora retrata o sentimento de perda, depcepção e frustação em músicas regadas a reggaeton.

Antes do lançamento do álbum, algumas faixas já haviam sido reveladas para o público: “Te Felicíto feat. Rauw Alejandro”, “Monotonía feat. Ozuna”, “Shakira: Bzrp Music Sessions, Vlo.53”, “TQG”, “Acróstico – Milan y Saha”, “Copa Vacía feat. Manuel Turizo” e “El Jefe feat. Fuerza Regida”).

Por essas prévias, a expectativa já era de muito sentimento e ressentimento nas outras faixas inéditas vindas de uma das mulheres mais influentes do mundo compartilhando a sua força, resiliência e vulnerabilidade.

Escute o álbum completo a seguir:

Las Mujeres Ya No Lloran?

Iniciando o álbum, temos a faixa pop cantada em parceira com a rapper Cardi B. “Ponturía“, que harmoniza com a faixa 5, “Cohete“, vão para o lado oposto das músicas que foram lançadas anteriormente, falando sobre alguém que “sabe onde me acertar, para que eu me entregue”.

A melodia animada faz com que a partida para as próximas faixas ganhe um novo olhar: curiosidade.

Seguindo, temos as faixas “La Fuerte”, “Tiempo Sin Verte” e “(Entre Parénteses)” todas com fortes mesclas do mundo pop, mas que mesmo sendo contagiantes, carregam a tristeza de Shakira em relação a seu divórcio. As letras falam de saudade, e o quanto ela se esforça para conseguir seguir em frente.

Acredito que desde o início, a proposta do álbum de simbolizar um fim que embora doloroso, possa também significar um recomeço, esteja bastante refletida desde o primeiro minuto da primeira música. Ela segue com letras fortes, mas com melodias envolventes.

Quase como se representasse uma dança entre alegria e tristeza, aqui já conseguimos entender que, de fato, as mulheres não estão mais chorando.

Cantora Shakira aparece com parte do rosto destacado, enquanto chora lágrimas de diamentes - simboliza o novo álbum "Las Mujeres Ya No Lloran"
Foto: reprodução

Tranformando dor em obra prima

Com as faixas “Dónde Cómo y Cuándo” e “Nassau”, é perpeptível que embora siga o pop e o reggaeton, o peso das melodias muda. Estão mais pesadas, e a voz da cantora soa tão melódica quanto forte.

Ambas as músicas se completam, com seus versos que nos fazem entender a angústia e a procura de um motivo, qualquer coisa que fizesse sentido para dor.

Enquanto na primeira, Shakira canta: “que não importa onde, como ou quando, o tempo passa rápido quando estamos com a pessoa certa“, na segunda entrega um outro lado: “eu não quero me machucar, mas você já abriu o meu coração”.

Mas, definitivamente uma das músicas mais marcantes foi “Última”. Deixando o ritmo do álbum mais lento, entrando com o piano e a voz cuidadosamente contida da colombiana. “Com certeza você vai se arrepender, e algum dia voltará a bater em minha porta, mas agora decidi que ficarei sozinha”.

É possível sentir a dor e a angústia em cada palavra, mas, ao mesmo, a súplica em ser ouvida e vista.

Ressigificar é se libertar

Cantora Shakira aparece em foto para divulgar o lançamento do novo álbum "Las Mujeres Ya No Lloran"
Foto: reprodução

A partir daqui temos três pilares: resiliência, exposição e recomeço.

A faixa “Te Felicíto”, com um ritmo bastante voltado pro reggaeton e electropop, revela o sarcasmo em relação ao seu divórcio. Não como se ela estivesse brava ou irritada, mas decepcionada. “Não me diga que sente muito, parece sincero, mas te conheço bem e sei que mente”, canta.

“Eu nunca disse nada, mas doía em mim, eu sabia que isso aconteceria”. É assim que “Monotonía (feat. Ozuna)” começa! Com uma vibe mais envolvente entre batidas contagiantes, e um pouco de melancolia se tratando da letra. Quase como se seus sentimentos dançassem juntos para se entender.

Já “Shakira: Bzrp Music Sessions, Vlo.53 (feat. bizarrap)“, que foi o primeiro hit lançado da nova era, expõe algo que pode ser subjetivo: aquela chama que acende quando você entende que é mais importante do que as coisas que os outros fazem com você. Na mesma vibe, a faixa “TQG (feat. Karol G)” nos leva a sentir todo o empoderamento carregado nas músicas.

A esperança diante do caos

No entanto, com toda a certeza, “Acróstico – Milan y Saha” foi a que mais me emocionou! Não somente pela participação dos filhos da cantora, como também pela frase inicial: “Você me ensinou que o amor não é uma fraude, e que quando é real, não acaba”.

Isso me remeteu a uma entrevista da cantora feita em julho de 2010, bem inicio do seu relaciomento, onde ela afirma que conhecer Piqué foi como acreditar no amor de novo. E agora, com os filhos, Shakira nunca vai se esquecer disso novamente. Confira o clipe:

A faixa “Copa Vacía feat. Manuel Turizo” é a penúltima do álbum. A cantora expressa a “sede” como saudade, enquanto bebe em uma taça vazia. A ausência, a falta de algo que você deseja imensamente mas que raramente (ou nunca), demonstra reciprocidade com você. Um relato pessoal, vulnerável.

E, por fim, “El Jefe feat. Fuerza Regida” fecha com chave de ouro! Música que, conforme percebemos no final, foi feita pensando na exploração do trabalho estrangeiro e, em especial, a Lili Melgar, a ex-babá dos filhos de Shakira, que foi demitida por Piqué por denunciar suas traições.

Lili não havia recebido a indenização, mas a cantora colombiana fez questão de acertar as contas quando soube do ocorrido.

O que acontece depois do fim?

“Las Mujeres Ya No Lloran” vai além de alguém que está sofrendo por um término. Expressa os sentimentos intensos e ás vezes confusos, que podem surgir durante o processo.

Para alguns, pode ser um acolhimento. Talvez até mesmo a esperança de que, no fim, também podemos encontrar o recomeço dentro do caos.

Levante, erga a cabeça e tenha certeza de que a resiliência e o empoderamento são capazes de te libertar! Afinal, “Las Mujeres Ya No Lloran”.


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