Tivemos a oportunidade de assistir ao filme A Bela América, longa português dirigido por António Ferreira. Com a distribuição de Pandora Filmes, o filme é um dos selecionados para o 47° Festival de Cinema Internacional de São Paulo, além de que irá estrear já nesta quinta-feira (02).

Vale lembrar que além de dirigir, António Ferreira também escreveu o roteiro de A Bela América juntamente com César Santos Silva. O longa conta com Estêvão Antunes e São José Correia no núcleo principal. Além deles, ainda estão Custódia Gallego, Carlos Areia, Daniela Claro, João Castro Gomes, João Damasceno. Segue a sinopse:

Lucas, o cozinheiro, seduz América, a estrela de televisão e candidata a presidente. Ele entrará clandestinamente na casa dela para a seduzir com refeições extraordinárias, provocando o cruzamento improvável do destino de Lucas, o cozinheiro, com o de América, a Presidente.

Com a promessa de ser uma comédia com um mais humor ácido, ao mesmo tempo que conta com uma história diferenciada, resta a pergunta: afinal, A Bela América é bom?

Uma história feita em camadas

a bela america Estêvão Antunes
Imagem: Reprodução

Como trazer questões políticas e sociais a um filme sem deixá-lo pesado? Ou então, para que não fique difícil de digerir, ao mesmo tempo em que se mantem um tom que agrade aos mais diversos estilos?

A trama de A Bela América se forma em diferentes camadas de emoções e situações. Ou melhor, o longa apresenta críticas sociais e discussões fortes referentes a própria sociedade em si. Assim, se questiona quanto a política, as relações humanas, bem como a meritocracia falha e a desigualdade social abundante. Contudo, o que poderia ser visto como temáticas mais pesadas, as mesmas são banhadas pela sutileza do humor, o que torna o filme muito mais leve para seu público.

Em outras palavras, o longa chega com um ritmo ritmo próprio acompanhado de muitas informações, as quais vão sendo trabalhadas através da sutileza e em diferentes níveis. Aliás, é exatamente através da sutileza que o longa se desenvolve.

Entretanto, a mesma sutileza que alivia o peso do drama, também pode ocasionar em uma confusão da narrativa. Isso porque algumas informações importantes ou explicações são deixados como detalhes. Detalhes os quais são deixados em uma cena aqui ou em uma outra fala ali direcionam a história em si, mas que tem sua devida importância para a compreensão de alguns atos.

Portanto, a mesma sutileza hilária que equilibra os sabores do drama e do trágico, também pode deixar o sabor do prato sutil demais para algum paladar desatento. Por sorte, ao longo da receita, o chefe (direção e roteiro) conseguem equilibrar de forma agradável esses temperos. Produzindo assim, um filme com vários sabores.

Afinal, A Bela América é bom?

a bela america
Imagem: Divulgação

Com a direção de António Ferreira, o longa tem um ritmo próprio para se desenvolver. Não espere uma uma comédia besteirol. Aliás, em A Bela América, a comédia fica em segundo plano. Sua trama engloba diversas situações chaves que envolvem emoções, reflexões e críticas, tal qual um drama. Talvez, a melhor definição aqui seria uma comédia dramática ou então um drama cômico.

A narrativa se constrói sob diversas camadas, que trabalham justamente com esses diferentes ritmos. Porém, o que poderia ser uma razão para tornar sua história mais densa, a direção logo consegue equilibrar utilizando a leveza da comédia. Portanto, os assuntos de cunho crítico e reflexivo estão ali, porém, estão banhados em uma sutileza hilária.

Essa sutileza é um acerto, porém, em seu excesso pode tornar-se preocupante e resultar em uma trama confusa. Ou melhor dizendo, a trama aqui beira a tornar-se confusa uma vez que eventos e explicações se desenrolam em meio aos detalhes. A direção tenta segurar as pontas, porém, o espectador distraído pode se perder.

Por fim, “Sonhe, mas não espere que todos irão se realizar”, já diria Billy Joel. E talvez essa frase de Vienna possa representar tantas mensagens escondidas ao longo de A Bela América: um filme que sem dúvida vale muito a pena ser assistido. Além disso, vale lembrar que A Bela América estreia dia 02 de novembro nos cinemas. Confira o trailer abaixo:


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