Certamente estamos no melhor momento para os filmes de terror. O filme O Exorcista do Papa chegou para enriquecer ainda mais esse gênero tentando fugir do padrão dos filmes de exorcismo que tem como principal produção o filme O Exorcista (1973). Em princípio, já adianto que o filme consegue explorar outras questões do que o próprio clichê dos filmes de exorcismo, dando um tom um pouco mais leve.

Surpreendentemente, o filme é baseado em relatos dos livros de Gabriele Amorth, “An Exorcist Tells His Story” e “An Exorcist: More Stories” , padre italiano que realmente existiu e foi exorcista-chefe do Vaticano.

A direção do filme é de Julius Avery (“Operação Overlord”).  Já o roteiro é de Evan Spiliotopoulos e Michael Petroni. No elenco temos Russell Crowe, Daniel Zovatto, Alex Essoe, Peter DeSouza-Feighoney, dentre outros.

Inesperadamente, a produção tem uma avaliação baixa da crítica especializada, atingindo 51%, entretanto possui 83% de pontuação do publico no Rotten Tomatoes.

O exorcista do papa
Russell Crowe como Gabriele Amorth. Imagem: Divulgação

A história de O Exorcista do Papa

Conforme já falado, a produção conta a história do padre italiano Gabriele Amorth, Exorcista Chefe do Vaticano, servindo diretamente à Sua Santidade, o Papa.

O filme inicia com Gabriele fazendo um ritual de exorcismo, onde ele transfere a alma do suposto demônio que estava dentro de um homem para um porco e depois executa o porco, de modo a derrotá-lo.

Posteriormente, chega para ele o caso de uma aterrorizante possessão, na Espanha, do jovem garoto Henry (Peter DeSouza-Feighoney). Diante disso, ele vai investigar um dos casos mais intrigantes de sua carreira. Nesse ínterim, ele descobre a verdade por trás de um segredo enterrado há séculos pelo Vaticano, trazendo à luz uma grande conspiração, revelando também alguns podres da igreja.

Exorcista do Papa
Imagem: Divulgação

Um filme com uma boa história, roteiro coeso e poucos sustos

Embora seja bastante difícil fugir de determinados clichês de filme de terror, O Exorcista do Papa consegue trazer uma história envolvente com um roteiro coeso.

Com cerca de 103 min (1 hora e 43 minutos) a produção consegue prender o espectador do início ao fim, visto que possui um roteiro praticamente sem furos e bem construído. Algo que me incomodou um pouco, foi o Papa ficar sabendo tão rápido desse caso de possessão demoníaca e já enviar o padre para o local. Senti falta de uma cena explicando melhor como esses casos chegam ao Papa.

Em relação ao elenco, todos os atores entregaram ótimas atuações. Russel Crowe encarna o papel de um padre mais velho, experiente, cansado, que possui traumas do passado. Mesmo tendo toda essa trajetória, o personagem de Russel consegue trazer um pouco de humor ao filme, sendo sua forma de escape para os momentos mais tensos. Destaque também para a atuação de Peter DeSouza-Feighoney que encarna perfeitamente um personagem possuído por um demônio. Os olhares, sorrisos e expressões do garoto Henry chega a espantar por parecer tão real, tão convincente.

A produção prefere focar mais em momentos de tensão e suspenses, do que o próprio terror. Certamente foi um grande acerto, ao equilibrar a parte histórica e investigativa sobre os “podres do Vaticano” com os momentos da possessão demoníaca. São poucos os momentos que realmente assustam. Praticamente não existem as famosas “jump scares” dos filmes de terror, talvez até mesmo por ser baseado em fatos reais, o diretor preferiu fugir desse modelo.

A fotografia do filme é outro ponto positivo que faz você se sentir dentro do filme. Pequenos detalhes durante todo o filme, contribuem para uma experiência mais completa, trazendo informações implícitas no roteiro. Desde uma cruz de cabeça para baixo, a símbolos do Vaticano.

Cabe ressaltar que mais para o fim do filme, somos surpreendidos com cenas fantásticas envolvendo o sobrenatural que chegam a impressionar de tão impactantes.

Russel Crowe
Imagem: Divulgação

Vale a pena assistir O Exorcista do Papa?

O Exorcista do Papa certamente é um filme interessante e que vale a pena ser assistido. Por mais que esteja na classificação de terror, ele não assusta. Ele consegue trazer um equilíbrio entre história envolvente e as cenas sobrenaturais que muitos filmes não conseguem alcançar.

 Garoto Henry (Peter DeSouza-Feighoney) - O exorcista do papa
Garoto Henry (Peter DeSouza-Feighoney) Imagem: Divulgação

Quando digo que o filme não assusta, digo considerando que o foco da produção não é esse. Vejo uma certa preocupação de trazer um conteúdo mais próximo da realidade, sem ter que apelar demais para o fantasioso, embora o sobrenatural esteja presente durante todo o momento.

Em outras palavras, para quem gosta desse nicho de filme, a produção vai agradar bastante os fãs.

O Exorcista do Papa está em cartaz nos cinemas e em breve estará disponível via streaming.

Veja o trailer do filme:


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