Crítica | “Uma Prova de Coragem” é uma emocionante jornada de resistência e companheirismo canino

Uma Prova de Coragem (Arthur The King) é um filme impactante que, além de abordar a resistência humana em fazer obras fisicamente desafiadoras, abraça a história de um cachorro que adotou o próprio dono. Com direção de Simon Cellan Jones (Plano de Família) e o protagonismo de Mark Wahlberg e do cachorro-ator de Arthur, o longa impressiona.

Enredo atraente

O filme se centra na imagem de Michael Light, um ex-corredor frustrado que não se perdoa por ter abandonado o esporte há três anos. Para contexto, as primeiras cenas do longa são o cerne da frustração. Isso porque apresenta o atleta em uma tentativa de ganhar uma competição com sua equipe.

No entanto, cegado pela austúcia da liderança autocentrada que levou sua equipe à época a uma furada na maratona. Nesse contexto, Light se envolve em um desentendimento com toda a equipe, fazendo com que ele decida se afastar do esporte e tentar uma transição de carreira. Infelizmente, a escolha contribuiu para um estado de descontemplação com a vida que, depois de três anos do ocorrido, precisou de um solavanco: Michael precisaria voltar a correr.

Assim, com o incentivo da esposa (Juliet Rylance), o ex-atleta decide tomar um novo rumo. Então, ele seleciona uma equipe um tanto quanto peculiar para se juntar: Leo (Simu Liu), ex-colega de equipe com quem não mantinha contato desde a última maratona; Olivia (Nathalie Emmanuel), a filha de um ex-corredor famoso, e Chik (Ali Suliman), corredor expulso do time rival por lesão no joelho. O que eles não esperavam era a entrada de um membro canino na equipe.

Histórias paralelas

Até certo momento do filme, a construção da narrativa se dá com a existência de histórias paralelas na República Dominicana: a da equipe se desenvolvendo para começar a competir e a de um cachorro de rua, que se encontra machucado mas parece determinado a chegar a algum destino. 

Dessa maneira, o longa consegue desenvolver com muitos detalhes uma perspectiva canina, de forma que não fique cômico como muitos outros filmes infelizmente fazem. O cachorro, batizado de Arthur pela equipe, se transforma no ponto central da narrativa, como um amuleto especial da equipe. 

Ainda, a construção narrativa permite com que seja possível compreender sutilezas da comunicação canina, que mesmo sem a utilização das palavras, se expressa através de latidos, choros e companhia.

Complexidade

Além disso, Uma Prova de Coragem mostra bem de perto um esporte bastante complexo: a maratona que a equipe participa tem duração de, em média, 5 dias. E, nesta complexidade, a equipe precisa encarar a travessia que engloba corrida, bicicleta, escalada e barco. 

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Um ponto interessante que o filme aborda, de forma sutil, é o etarismo e como ele está presente no esporte. Isso porque a equipe, com excessão de Emily, é composta por homens com idades a partir de 30 anos. Isso já ressalta uma outra característica do longa: os atores precisaram, para realizar os papéis, se desenvolver em esportes complexos e perigosos, sem o uso de dublês. Tudo com uma resistência de se tirar o fôlego.

Direção e roteiro acertados

Além de tudo, um ponto alto do filme é a direção e o roteiro acertados. Isso porque abraçou as narrativas existentes de maneira balanceada e interessante pra compreensão, sem deixar a desejar.

Vale a pena assistir “Uma Prova de Coragem”? 

Se você procura um filme que, ao mesmo tempo que é leve, emociona com esporte e quatro patas, “Uma Prova de Coragem” é para você. 

Da mesma forma que arranca suspiros do início ao fim, emociona sem medidas.