Matador de Aluguel‘, protagonizado por Jake Gyllenhaal, é o novo filme do catálogo da Prime Video no mês de março. Dirigido por Doug Liman, a história traz o ex-lutador que se envolve em brigas clandestinas para ganhar dinheiro. Sendo assim, aceita o trabalho como segurança em uma taberna na Flórida. Mas logo o cordial, e também perigoso, Dalton descobre que nem tudo são flores no paraíso.

Até então o filme de Doug Lima segue a premissa do antecessor de 1984 com Patrick Swayze, mas substitui os principais pontos que caracteriza o clássico filme pancadaria dos anos 80. Mesmo com atuações fracas e personagens rasos sem muito contexto na narrativa as lutas bem coreografadas e editadas cumprem o papel de distrair e divertir o espectador.

Sinopse

Na história, Elwood Dalton (Jake Gyllenhaal), desiste da carreira de lutador, mesmo conquistando o cinturão do MMA. Pois em sua última luta no octógono não terminou bem para seu adversário, que acabou morrendo. Enquanto falido e sem onde morar, Frankie (Jessica Williams) o contrata como segurança do Taberna.

O bar na beira da rodovia sofre com os ânimos aflorados dos clientes bêbados. Durante a estadia no lugar, em meio a tapas, socos e muita música, acidentalmente Dalton atrapalha os planos de Ben Brandt (Billy Magnussen), criminoso que busca destruir o estabelecimento para benefícios da família mafiosa local.

Atuações rasas

matador de aluguel
Jake Gyllenhaal e Connor McGregor
Foto: Reprodução/YouTube Prime Video

Infelizmente, esperar boas atuações em filmes do gênero é de uma ingenuidade que garante frustração. Em Matador de Aluguel a decepção está mesmo em personagens adjacentes que tiram certo afeto do protagonista. Charlie (Hannah Love Lanier) e Frankie se tornam amigas de Dalton, mas as performances e diálogos deixam a desejar para revelar essa relevância narrativa, com piadas irônicas e diálogos sem o menor sentido, principalmente com Charlie.

O longa traz também a participação de Connor McGregor, lutador do UFC (Ultimate Fighting Championship), no papel do psicopata Knox. É inserido com o objetivo de ser o único capaz de nocautear o imbatível Dalton, e consegue. Estreando nas telonas, mesmo com uma atuação robotizada e cômica, McGregor entrega excelentes lutas e arranca risadas. Inclusive, o filme conta com a participação especial de Post Malone. No entanto os antagonistas, e até Ellie, o interesse amoroso do protagonista, não se desenvolve durante o filme.

Jake Gyllenhaal está confortável no papel e entrega o tom certo ao personagem calmo e analítico, mas que quando irritado fica impiedoso e bate em qualquer um que esteja na frente. Interpretando o segundo lutador na carreira, Gyllenhaal atua bem nas lutas coreografadas e mostra mais do personagem do que é exigido em cena, suprindo a falta dos colegas de elenco, mesmo com um roteiro subdesenvolvido.

Remake de Matador de Aluguel (1984)

critica Matador de Aluguel
Dalton controlando um cliente bêbado/ Créditos: IMDb

Doug Liman não tentou mudar a ideia central entregue no longa original, só alterou o contexto para os dias atuais. No entanto preferiu transformar o drama dos anos 80 em um humor irônico e cômico que acompanha praticamente todos os personagens, principalmente Dalton. De certa forma prejudica a integridade da trama ao longo do filme deixando a sensação de ‘quase lá…’ em quem espera algo mais emocionante

A sensação é de que na tentativa de misturar ‘Creed’ com ‘John Wick‘, Liman acerta em ‘Velozes e Furiosos‘. Sem contar que a apresentação dos personagens na história são muito mal feitas, são simplesmente jogados em tela se nem sequer apresentados com um contexto sólido. Além disso há uma falta gritante do contexto de Elwood, o drama apresentado no trailer não é o mesmo do filme.

Direção Reparadora

Todavia, mesmo com furos estratosféricos na história, Doug Liman consegue emendar tudo e entregar uma direção descente que te prende do começo ao fim. Especialista em filmes do gênero como os conhecidos Identidade Bourne e No Limite do Amanhã, ‘Matador de Aluguel’ é um dos trabalhos amenos do diretor. O jogo de câmeras, as lutas muito bem coreografada e finalizadas entre os personagens, mascara os problemas estruturais do longa o tornando acessível para qualque público e cumpre sua proposta. Possivelmente há espaço para uma continuação da história de Elwood Dalton.

Vale a pena assistir Matador de Aluguel?

Em síntese, sim. Mas certifique-se de ajustar a expectativa com o que o filme propõe. Definitivamente, perfeito para uma sessão cinema com a família ou com amigos, é fácil de entender e a ação frenética prende do começo ao fim, garantindo o entretenimento.


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